Orlando Martins pereira
Valéria cress gelli
Marcelo barbosa
henriques
Ingrid cabral machado
alexandre assis bastos
I – INTRODUÇÃO
A
extração de recursos marinhos tem sido uma atividade rotineira das comunidades
costeiras, tendo passado de uma atividade equilibrada e aceitável, praticada
principalmente em nível de subsistência e como complementação de renda, para outra,
de dimensões drásticas de sobreexplotação incerta e predatória, decorrente do
intenso aumento populacional, incluindo-se a ocupação das áreas costeiras para
atividades de lazer e turismo e o conseqüente incremento do esforço de
exploração, acompanhado pelo rápido aprimoramento das tecnologias de captura,
por legislações impróprias, pela falta de fiscalização e pela desorganização do
setor pesqueiro. Essa política vem ocasionando violentas quedas na biomassa,
provocando escassez dos recursos e quebra nos ciclos naturais, com os
conseqüentes impactos ecológicos, econômicos e sociais.
Uma das formas de solucionar
parcialmente o problema é a implantação da atividade da aqüicultura como meio
de gerar empregos e renda, elevar a produtividade das áreas costeiras através
da exploração racional e manejo sustentado dos recursos, promover a fixação dos
produtores em seu local de origem, proteger o meio ambiente, estimular a
prática da maricultura e diminuir a pressão de explotação sobre os recursos.
Além disso, será possível
aproveitar economicamente áreas sem interesse e incorporar os pescadores a uma
atividade planificada, uma vez que as incertezas, característica da profissão,
têm levado ao seu esvaziamento.
O setor aqüícola mundial vem
apresentando uma rápida expansão, tendo crescido, em média, 10% ao ano, entre
1984 e 1996, ao passo que o setor da pesca cresceu 1,6% e a pecuária, 3%. (FAO,
1998). Cerca de 50% da produção aqüícola marinha está representada pelos
moluscos bivalves, que em 1996 atingiram 7.067.500 t/ano.
No Brasil, a atividade aqüícola vem se expandindo progressivamente. Dentre as espécies de moluscos bivalves potencialmente viáveis para a criação no país, quatro encontram-se com a tecnologia de cultivo dominada, sendo que de duas delas, a ostra-do-mangue, Crassostrea brasiliana, e o mexilhão Perna perna, já se têm experiências em estágio adiantado de estruturação, sendo conduzidas junto a comunidades tradicionais do litoral do Estado. A terceira espécie potencial, a ostra exótica, Crassostrea gigas, já foi criada experimentalmente no Estado de São Paulo, existindo algumas áreas do litoral norte, onde sua criação seria possível. A quarta espécie com potencialidade de cultivo é a vieira, Nodipecten nodosus, já em criação no município de Ilhabela e com possibilidade de expansão para todo o litoral norte.
no Estado de São Paulo não houve, no decorrer dos últimos
anos, vontade política para o desenvolvimento da criação de bivalves marinhos,
ficando os pesquisadores às voltas com aspectos exclusivamente técnicos, ou
refinamento de pesquisas, sem que os conhecimentos gerados sejam usufruídos
pelas populações tradicionalmente usuárias dos recursos. Tal situação tem sido
parcialmente contornada graças à dedicação dos técnicos envolvidos e às
parcerias com outros órgãos governamentais.
Paralelamente,
no Estado de Santa Catarina registrou-se, nos últimos anos, grande
desenvolvimento da criação de moluscos bivalves, principalmente o mexilhão e a
ostra do Pacífico, tendo sido atingidas cifras em torno de 8.000 t/ano, somente
de mexilhões.
As
experiências em curso em Santa Catarina podem servir como parâmetro para o
balizamento das atividades do Instituto de Pesca, da Agência Paulista de
Tecnologia dos Agronegócios (SAA-SP), principalmente no litoral norte, onde se
trabalha com as mesmas espécies, evitando a repetição de erros e, assim,
incorporando procedimentos adequados.
Já foram
detectados vários problemas que afligem os dois Estados e que exigem ações
visando à sua superação, tais como:
·
Produção de
sementes de mexilhão Perna perna:
existem problemas referentes ao treinamento de produtores, manejo de bancos
naturais, obtenção de sementes através de coletores. Propõe-se ampliar as áreas
de captação de sementes no ambiente natural, visando suprir as necessidades dos
produtores; mapear e dimensionar os bancos naturais de mexilhão e propor a
extração racional de sementes desses bancos (manejo) para suprir as
necessidades dos empreendimentos de engorda desses moluscos, evitando-se a
dizimação dos bancos naturais.
·
Crédito: O
pescador tradicional é descapitalizado, não tendo propriedades que possam
garantir o empréstimo destinado à malacocultura. Parte dessa comunidade ocupa,
para moradia, terrenos de marinha, não servindo a pequena residência como
garantia de empréstimo, pelo exposto, propõe-se que órgãos financiadores como o
PRONAF e outros, façam um estudo do perfil desses pescadores tradicionais
interessados na atividade de criação de moluscos, para poder adequar a garantia
de empréstimo ao pequeno produtor conforme a sua realidade social.
·
Capacitação:
Organizar cursos de capacitação, em todos os níveis, de produtor a cooperativa.
·
Legalização da
atividade: À semelhança do que ocorre no restante do país, em Santa Catarina os
empreendimentos de criação de moluscos permanecem irregulares, causando grandes
problemas aos produtores. A legislação pertinente apresenta lacunas, estando à
espera de aprovação das normas complementares do Decreto 2869, o que dificulta
a obtenção do registro de aqüicultor por parte do criador e, conseqüentemente,
de outros financiamentos e de garantia de cessão de águas públicas como prevê o
citado decreto.
Comercialização:
os produtores do Estado de Santa Catarina apenas recentemente iniciaram um
trabalho de “marketing” e distribuição do produto para outros Estados,
principalmente para o mercado paulista, que é o mais forte do país. O fato de
não existirem planos e estratégias de comercialização funcionou, durante muitos
anos, como forte entrave à atividade em Santa Catarina . Atualmente, caso os
produtores catarinenses obtenham êxito nas suas investidas junto ao mercado de
São Paulo, são os produtores paulistas que correm o risco de perder espaço em
seu próprio mercado.
O
processo de desenvolvimento da tecnologia de criação da ostra-do-mangue, Crassostrea brasiliana, e do mexilhão Perna perna em sistemas adaptáveis às
condições do litoral paulista foi conduzido e orientado pela equipe do
Instituto de Pesca/Secretaria de Agricultura e Abastecimento-SP e de outras
instituições, como o Instituto Oceanográfico/USP. A definição desses pacotes
tecnológicos constitui o primeiro passo rumo à efetivação dos sistemas de
criação em nível comercial.
Uma vez estando a tecnologia dominada, o que vem a ser o presente caso, o grande óbice para o desenvolvimento da criação de moluscos bivalves no Estado de São Paulo é a efetiva introdução da mesma junto às comunidades-alvo e a transformação das experiências-piloto de viabilidade técnica em empreendimentos comerciais.
Este problema se reveste de particular importância, quando se considera o processo de criação, que envolve desde o conhecimento da realidade sócio-econômica e cultural do público-meta até os processos finais de comercialização, passando por todos os aspectos biológicos, zootécnicos, legais, ambientais, sanitários e fiscais, inerentes à criação de qualquer organismo destinado ao consumo humano. Esta característica de envolvimento de múltiplas variáveis no decorrer do processo como um todo nos remete ao conceito de interdisciplinaridade e, indo além, à necessidade da formação de equipes multidisciplinares, com pessoal qualificado para a execução das diversas tarefas.
A formação de
equipes multidisciplinares tem surtido bons efeitos, mas por serem também
interinstitucionais, na maioria dos casos é exigida a celebração de convênio ou
outro tipo de avença, o que, muitas vezes, enreda a atividade nos meandros da
burocracia governamental. Ainda assim, as medidas visando ao desenvolvimento e
ordenamento da criação de moluscos bivalves no Estado de São Paulo devem
necessariamente ter esse caráter, envolvendo outros órgãos da Secretaria de
Agricultura e Abastecimento e mesmo de outras pastas. A participação da equipe
da Fundação Florestal (SMA), composta por antropólogos e sociólogos, tem sido
de fundamental importância no desenvolvimento de projetos em Cananéia. Esta
parceria não deve ser apenas mantida, mas ampliada para outros projetos. Seria
altamente interessante poder contar com apoios desse tipo nas atividades em
curso no litoral norte.
Trabalhos
interinstitucionais bem sucedidos no país, como o já citado para Santa
Catarina, e no exterior mostram a conveniência de uma união, mesmo que
temporária, entre as diversas entidades, governamentais ou não, abordando
aspectos pertinentes ao tema. Isto poderia ser feito no Estado de São Paulo
através de uma integração efetiva entre o Instituto de Pesca/APTA/SAA e os
Órgãos de fomento e desenvolvimento da própria Secretaria de Agricultura e
Abastecimento (Coordenadoria da Assistência Técnica Integral – CATI;
Coordenadoria do Abastecimento – CAB; Instituto de Economia Agrícola – IEA;
Instituto de Cooperativismo e Associativismo
– ICA; Instituto de Tecnologia de Alimentos – ITAL etc.), além de órgãos
de outras secretarias, organizações não governamentais (ONGs), universidades e,
possivelmente, empresas privadas.
Os
pesquisadores do Instituto de Pesca voltados à criação de moluscos bivalves vêm
realizando, com dedicação e entusiasmo, os trabalhos de divulgação e
transferência de tecnologia, obtendo resultados francamente positivos. Mesmo
assim, o trabalho de implantação é lento, uma vez que exige do pesquisador uma
série de conhecimentos e habilidades, que freqüentemente extrapolam aquelas
normais no exercício das atividades técnicas. Desta forma, seria interessante
que o Instituto de Pesca melhorasse sua infra-estrutura de suporte à atividade
e passasse também a contar com maior número de Assistentes Técnicos de Apoio à
Pesquisa, que, integrados ao órgão gerador da tecnologia, poderiam repassar os
resultados com maior facilidade, sendo o Instituto de Pesca responsável pela
condução desse programa. Portanto, os referidos Assistentes a serem contratados
para esta atividade deverão ser selecionados e treinados pelos pesquisadores
ligados ao programa.
Existem vários
entraves, já identificados, que limitam, em maior ou menor grau, as
possibilidades de desenvolvimento da criação de moluscos. Dentre eles pode-se
mencionar aqueles relativos à organização/capacitação dos produtores,
transferência de tecnologia a interessados, aquisição de áreas marítimas,
certificação sanitária de áreas para criação, certificação sanitária do
produto, tramitação de documentos para a ocupação de áreas pelo produtor,
competitividade em preço, “marketing”, fiscalização, tributos sobre o produto,
estabelecimento de estratégias em comercialização. Neste contexto, os aspectos
comerciais têm funcionado como entrave particularmente decisivo quanto ao êxito
das iniciativas de criação de moluscos bivalves conduzidas no país. Isso
acontece em razão de características inerentes ao próprio produto
(perecibilidade, “status” de risco à saúde pública) e daquelas predominantes no
mercado consumidor ora estabelecido, em particular, a clandestinidade.
Acredita-se, porém, que existam formar de solucionar tanto esta, como as demais
questões citadas. Essas formas serão apresentadas no corpo deste programa e
deverão atender aos problemas gerais da atividade e aos específicos do Estado
de São Paulo.
Verificados
os pontos-chave, e estabelecidas as medidas necessárias, será possível a
implementação de um programa com os elementos básicos que contemplem o
desenvolvimento da atividade no Estado de São Paulo.
II - SITUAÇÃO atual da implantação da
criação de moluscos no litoral sul - recurso: ostra-do-mangue, Crassostrea
brasiliana, no
estuário de cananéia
O município de Cananéia integra o Complexo Estuarino-Lagunar de Iguape e Cananéia – SP. A região é rica em moluscos, principalmente a ostra-do-mangue, Crassostrea brasiliana, cujos bancos naturais se situam no trecho que tem início na porção norte da Ilha de Cananéia, estende-se em direção sul, pela linha costeira da Baía de Trapandé e Canal de Ararapira, e adentra a região contígua de Paranaguá, no Estado do Paraná.
Até
recentemente, a exploração comercial dos bancos naturais de ostras era exercida
de modo desordenado por comunidades tradicionais, que obtinham preço muito
baixo pela produção, em decorrência de dependerem grandemente dos
atravessadores que dominavam a comercialização. Essa situação tanto provocava a
baixa qualidade de vida desses grupos sociais como representava uma ameaça à
sustentabilidade da atividade, em razão da sobreexploração dos bancos naturais.
Atualmente, a iniciativa de ordenamento começa a mudar esse panorama.
A
partir da década de 70, pesquisadores do Instituto de Pesca/SAA-SP
desenvolveram pesquisas que resultaram em um pacote tecnológico sobre a criação
da ostra-do-mangue. Em 1974, o Instituto de Pesca e a SUDELPA promoveram a
realização de um curso destinado à transferência da tecnologia de criação à
comunidade local. A SUDELPA (1986) e a Fundação SOS Mata Atlântica (1988-1992)
também fomentaram essa atividade na região. Esses trabalhos, no entanto, não
geraram resultados, em decorrência da não adaptação dos grupos-alvo ao sistema
proposto e da abordagem parcial da questão.
Em 1993, o
Instituto de Pesca, a Secretaria do Meio Ambiente/SP e a Colônia de Pescadores
de Cananéia elaboraram o diagnóstico da “Viabilidade
da ostreicultura e criação de outros bivalves marinhos na região de Cananéia”,
propondo a introdução da “engorda de
ostras” como alternativa para os extratores tradicionais da região. A
engorda é uma atividade intermediária entre o extrativismo e a criação. Nela, a
ostra é retirada do manguezal no tamanho mínimo permitido pela legislação e
colocada em viveiros tipo “tabuleiro”, onde permanecem até atingirem o tamanho
comercial, que ocorre após cerca de 4 a 6 meses, caracterizando um manejo
complementar da espécie.
Em 1994
teve início um projeto piloto de engorda de ostras junto ao bairro Mandira, em
Cananéia. A comunidade Mandira adaptou-se tão bem à atividade, que passou a
auxiliar na difusão para outras comunidades.
Em 1995 foi
aprovado, junto ao Programa de Execução Descentralizada-PED/MMA/BIRD, o Projeto
“Uso sustentável do complexo
estuarino-lagunar de Iguape, Cananéia e Ilha Comprida”, o qual propunha o
subprojeto “Manejo de bancos naturais de
ostras (engorda), depuração e comercialização”. Neste subprojeto, que teve
o Instituto de Pesca/SAA/SP como co-executor, propunha-se a expansão da criação
de ostras junto a 25 famílias de extratores, a construção de uma Estação Depuradora
comunitária e um apoio inicial à organização comunitária e comercialização,
sendo o recurso previsto liberado em 1997. Através de recursos suplementares, o
projeto inicial foi redimensionado. Ao final da vigência do projeto PED, parte
dos extratores da região encontravam-se trabalhando na engorda da ostra, a obra
da Estação Depuradora de Ostra estava iniciada, e todos os equipamentos
comprados, e a Cooperativa dos Produtores de Ostras de Cananéia, juridicamente
constituída.
Expirado o
prazo de vigência do Programa PED, o projeto passou a contar com o apoio
financeiro da empresa SHELL do Brasil. Nessa ocasião tratou-se de terminar a
obra da Estação Depuradora, expandir a atividade de engorda e estruturar a
COOPEROSTRA - Cooperativa dos Produtores de Ostras de Cananéia como entidade
representativa da categoria na região. O apoio da Shell perdurou nos anos 1998
e 1999. A Estação Depuradora foi inaugurada em maio de 1999, começando a
funcionar em dezembro do mesmo ano.
A partir de
julho de 1999, o projeto passou a contar com o apoio do Programa PD/A (Projetos
Demonstrativos / tipo A) do Ministério do Meio Ambiente, através de um
financiamento, paralelo e de cunho ambientalista, à Associação dos Moradores da
Reserva Extrativista do Bairro Mandira. Dessa forma, o Projeto Ostra de
Cananéia contou, no 1º semestre de 2000, com subsídio a alguns itens, como
pagamento de salários para funcionários da Estação Depuradora, custeio de
algumas atividades de capacitação e de atividades pontuais de pesquisa, aquisição
de utensílios para a Estação Depuradora, entre outros. As despesas operacionais
(remuneração de cooperados, insumos, combustível, energia elétrica, telefone,
distribuição do produto etc.), no entanto, devem ser necessariamente custeadas
com recursos oriundos da comercialização do produto. O fator “comercialização”
é, portanto, o ponto principal para o êxito da iniciativa.
Preços
praticados
O comércio
clandestino do produto (sem atendimento às leis sanitárias) é feito por
intermediários, na Grande São Paulo, Baixada Santista e Litoral Norte do
Estado. O preço da dúzia de ostras não certificadas, extraídas dos manguezais
de Cananéia, está em torno de R$ 0,60 pagos ao extrator. Quando criada em
viveiros, a ostra não certificada pode atingir, em situações de grande demanda
(temporada, por exemplo), R$ 1,00 a R$ 2,00/dúzia . Junto ao consumidor final,
em pratos preparados ou mesmo na venda do produto “in natura”, os preços da
ostra podem atingir valores de R$ 15,00/dúzia ou mais, dependendo do público
consumidor e do tipo de estabelecimento.
A
Cooperativa de Produtores de Ostras de Cananéia adotou provisoriamente (a
partir de dezembro de 1999) os preços médios de R$ 2,60/dúzia de ostras
pequenas, R$ 3,50/dúzia de ostras médias e R$ 5,00/dúzia de ostras grandes.
Estes preços são mais baixos que os praticados pelos produtores de ostras de
Santa Catarina e semelhantes aos praticados pelo único comerciante paulista
regularizado–a Empresa JACOSTRA, sendo, então, compatíveis com a filosofia de
melhora da renda do produtor, pois diminui o abismo existente entre o preço do
produtor e o preço para o consumidor, além de considerar os custos adicionais
pela depuração, embalagem, dentre outros. No ano 2000, porém, a Cooperativa vem
estudando a adoção de preços promocionais, mais baixos, em razão das
dificuldades encontradas junto ao mercado.
Equipe
Desde as
primeiras articulações feitas para viabilizar os trabalhos que compõem o
presente programa, formou-se uma equipe interinstitucional, agregando várias
entidades e técnicos.
Coordenação: . Cooperativa dos Produtores de Ostras de Cananéia -
COOPEROSTRA
. Instituto de Pesca-SAA/SP
. Fundação Florestal-SMA/SP
. Centro de Estudos Ecológicos Gaia Ambiental (ong local)
. Associação dos Moradores da Reserva Extrativista do Bairro Mandira–Cananéia
Colaboradores:
. Técnicos: . Instituto Adolfo Lutz- Secretaria da Saúde/SP
. Laboratório Regional de Registro- Secretaria da Saúde/SP
. Administrativos: . Prefeituras Municipais de Cananéia e Ilha Comprida e Nupaub-USP
Financiadores: . ONG Visão Mundial (1994 - 2000)
. Projeto PED–MMA/BIRD (1997-98)
. Shell do Brasil (1998–99)
. Projetos Demonstrativos PD/A–MMA (1999 a 2001)
Dados
de produção
No ano de
1997 foi realizado o cadastramento de extratores de recursos do manguezal da
região de Cananéia, através do qual foi possível coletar dados de produção de
ostras no ano, além de traçar o perfil dos extratores. O resultado, apresentado
na TABELA 1, mostra uma produção de mais de 500 t de ostras comercializadas no
ano em questão, exclusivamente proveniente do extrativismo, produção essa considerada
recorde em relação a valores até então registrados.
A partir de
1998 verifica-se queda na produção de ostra em Cananéia, em relação aos números
encontrados no ano anterior. Essa queda pode estar associada às alterações
climáticas severas, ocasionadas pelo fenômeno “el niño” e pelo desaquecimento
do mercado “clandestino”, decorrente da exigência de registro no Serviço de
Inspeção Federal (SIF).
A partir de
abril de 1999, o Projeto Pesca Sul Paulista, do Centro de Pesquisa Pesqueira
Marinha do Instituto de Pesca/SAA-SP, passou a considerar, nas análises de
estatística pesqueira, dados referentes à produção de ostras de Cananéia.
Estima-se, a partir de informações geradas nesse trabalho, que a produção
mensal de ostras no município, no ano de 1999, esteja ao redor de 35.000 dúzias
e a produção total anual, em torno de 420.000 dúzias, sendo cerca de 70% ainda
proveniente do extrativismo e o restante, da atividade de criação. Esses
números são apresentados através do Quadro 1.
Localidade |
Extratores
|
produção semanal estimada |
no de extratores/ especialidade |
no extratores/Sexo |
no de extratores/faixa etária (anos) |
|||||||||||||||
|
|
|
dúzia
|
pacote*
|
duzia
|
pacote
|
F
|
M
|
até 15
|
16-20
|
21-25
|
26-30
|
31-35
|
36-40
|
41-45
|
46-50
|
51-55
|
+de
55
|
||
1 |
ACARAÚ |
12 |
1.470 |
- |
12 |
- |
05 |
07 |
- |
- |
01 |
02 |
01 |
05 |
01 |
01 |
- |
01 |
||
2 |
CARIJO |
04 |
140 |
- |
04 |
- |
03 |
01 |
- |
- |
- |
- |
- |
03 |
- |
01 |
- |
- |
||
3 |
S. P. BAGRE |
01 |
150 |
- |
01 |
- |
- |
01 |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
01 |
- |
- |
- |
||
4 |
AROEIRA |
08 |
770 |
- |
08 |
- |
01 |
07 |
- |
01 |
- |
- |
01 |
02 |
02 |
01 |
01 |
- |
||
5 |
PRAINHA |
01 |
140 |
- |
01 |
- |
- |
01 |
- |
- |
- |
- |
- |
01 |
- |
- |
- |
- |
||
6 |
GUARAPARI |
01 |
80 |
- |
01 |
- |
- |
01 |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
01 |
||
7 |
ESTALEIRO |
04 |
500 |
- |
04 |
- |
- |
04 |
- |
- |
- |
- |
01 |
- |
02 |
- |
01 |
- |
||
8 |
COQUEIRO |
01 |
120 |
- |
01 |
- |
- |
01 |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
01 |
||
9 |
P. CUBATÃO |
14 |
1.030 |
- |
14 |
- |
03 |
11 |
- |
- |
02 |
01 |
02 |
- |
02 |
01 |
- |
06 |
||
10 |
ITAPITANGUI |
14 |
1.570 |
80 |
14 |
05 |
04 |
10 |
- |
03 |
02 |
- |
01 |
02 |
05 |
- |
- |
01 |
||
11 |
ALEIXO |
03 |
460 |
- |
03 |
|
02 |
01 |
- |
- |
|
- |
01 |
01 |
- |
- |
01 |
- |
||
12 |
BOACICA |
05 |
160 |
56 |
03 |
04 |
01 |
04 |
|
- |
01 |
- |
- |
02 |
01 |
- |
- |
01 |
||
13 |
MANDIRA |
23 |
735 |
513 |
21 |
23 |
02 |
21 |
- |
02 |
08 |
02 |
04 |
03 |
- |
01 |
01 |
02 |
||
14 |
SAMBAQUI |
02 |
150 |
- |
02 |
- |
01 |
01 |
- |
- |
- |
- |
- |
-- |
- |
- |
01 |
01 |
||
15 |
BOMBICHO |
06 |
1.160 |
- |
06 |
- |
03 |
03 |
- |
- |
01 |
01 |
01 |
02 |
- |
- |
|
01 |
||
16 |
ILHA DA CASCA |
02 |
350 |
- |
02 |
- |
- |
02 |
- |
- |
01 |
01 |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
||
17 |
RETIRO |
13 |
1.880 |
- |
13 |
- |
03 |
10 |
03 |
02 |
02 |
- |
- |
01 |
01 |
01 |
|
03 |
||
18 |
ITAPANHOAPINA |
06 |
1.500 |
- |
06 |
- |
- |
06 |
02 |
- |
02 |
- |
01 |
- |
- |
- |
- |
- |
||
19 |
MARUJÁ |
01 |
100 |
- |
01 |
- |
- |
01 |
- |
- |
|
- |
- |
- |
- |
- |
- |
01 |
||
20 |
ARIRI |
02 |
100 |
- |
02 |
- |
01 |
01 |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
01 |
01 |
- |
- |
||
TOTAL |
123 |
12.565 |
649 |
119 |
32 |
29 |
94 |
05 |
08 |
20 |
07 |
13 |
22 |
16 |
08 |
05 |
19 |
|||
* Um pacote equivale a aproximadamente 10 dúzias de ostras
649 x 10 = 6.490 dúzias/semana (35% do total)
6.490 + 12.565 = 19.055/semana ~ 76.000 dúzias/mês ~ 760.000 em 10 meses
760.000 x 0,7 kg = 532.000 kg = 532 toneladas de ostras no ano de 1997,
provenientes quase exclusivamente do extrativismo
Quadro 1: Estimativa
da produção de ostras no município de Cananéia no ano de 1999
Produto |
abr |
mai |
jun |
jul |
ago |
set |
out |
nov |
1o a 18 de dez* |
total |
Ostra (dúzias) |
31.030 |
28.759 |
44.444 |
58.516 |
34.217 |
41.712 |
39.707 |
31.784 |
28.256 |
338.425 |
Fonte: Projeto Pesca Sul Paulista
* Em 18 de dezembro começa o defeso da espécie, ficando o extrativismo proibido até 18 de fevereiro.
De abril a dezembro (9 meses): 338.425 dúzias ~ 37.600 dúzias/mês
37.600 x 0,7 kg = 26.320 kg ~26,3 toneladas/mês
26,3 x 12 meses ~ 316 toneladas
70%
extrativismo – 221 t
316 t
30% engorda em viveiros – 95 t
Cabe ressaltar, no entanto, que nesta estimativa não é considerada a quantidade de ostras destinadas à comercialização “desmariscadas ” (ostras de pequeno porte das quais se comercializa apenas a carne, em sacos plásticos), levando a crer que a produção em 1999 deva situar-se em torno de 400 toneladas.
Com o defeso, a produção por extrativismo tende a diminuir entre os meses de dezembro e fevereiro, sendo, no entanto, sustentada pela existência de “estoques” nos viveiros de engorda. Estes estoques são reconhecidos pelo IBAMA, o qual criou a figura “Declaração de Estoque” para regularizá-los. No defeso de 1999-2000, somente a Cooperativa dos Produtores de Ostras de Cananéia declarou cerca de 33.000 dúzias de ostras em estoque (cerca de 23 toneladas), mas apenas uma pequena parte desse estoque pôde ser escoado pela entidade, devido a problemas de comercialização.
Engorda
e cultivo desde a fase de semente
A atividade
de engorda, introduzida junto aos produtores de ostras de Cananéia como uma
etapa preliminar, deverá ser transformada em cultivo integral, no momento que
for considerado estrategicamente viável. Por trata-se de uma espécie nativa,
cujo ambiente, ele mesmo, proporciona as sementes, a prática do cultivo
integral envolve o acréscimo da etapa de captação de sementes, uma vez que a
tecnologia de engorda já se encontra dominada. Embora a engorda seja apenas uma
etapa de todo o processo de cultivo, ela não representa a extração pura e
simples de ostras de menor tamanho. Estudos já realizados mostram que na região
de Cananéia encontram-se exemplares de 20 mm de C. brasiliana já em fase de desova, podendo ser considerados
organismos adultos. Dessa forma, a implantação da fase de engorda pode
contribuir para o repovoamento dos estoques naturais, desde que se utilizem
exemplares maiores que 50 mm.
Apesar da
aparente facilidade, a introdução desta etapa aumenta o tempo que o criador
deverá dedicar à atividade, de cerca de 6 meses (engorda) para quase 2 anos,
além de envolver um criterioso monitoramento para determinação da época do pico
de assentamento de sementes, atividade esta, estranha no universo dos
pescadores tradicionais.
A oportunidade
de introdução dessa fase complementar chegou, pois a diretoria da Cooperostra solicitou recentemente ao
Instituto de Pesca que proporcionasse aos produtores de ostras treinamento em tecnologia
de captação de sementes em substratos artificiais, treinamento esse que já vem
ocorrendo.
Panorama
atual e perspectivas
Atualmente, a
COOPEROSTRA está em atividade, agregando 47 produtores locais. A Estação
Depuradora de Ostras de Cananéia (estabelecimento pertencente à COOPEROSTRA) já
conta com a fiscalização do Serviço de Inspeção Federal – SIF. O principal
problema até então vivenciado pela COOPEROSTRA relaciona-se diretamente com a
questão da comercialização da ostra e concorrência com o mercado clandestino.
Neste sentido, o grupo necessita do apoio urgente dos órgãos oficiais, no
sentido de promover e viabilizar a entrada do produto certificado no mercado.
Além das
questões comerciais, várias outras constituem entraves para a atividade e serão
destacadas no item Entraves e Estratégias.
III - contexto atual da implantação da
criação de moluscos no litoral norte – Recurso mexilhão Perna perna
O mexilhão Perna perna começou a ser estudado na década de 60 pelo Instituto de Biociências da Universidade São Paulo. Na década de 70, essa espécie recebeu as atenções do Instituto de Pesquisas da Marinha, em Cabo Frio – RJ, e do Instituto de Pesca da Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo, que vem desenvolvendo até hoje estudos bioecológicos e de aprimoramento de técnicas de criação.
O
cultivo de mexilhões é uma atividade mundialmente estabelecida. Sua prática se
restringe a módulos de pequenos produtores, muitos dos quais organizados em
associações ou cooperativas de produção e comercialização. Essa atividade vem
alcançando uma importância considerável na Europa (Espanha, Itália, Holanda) e
na Ásia (especialmente China), onde os rendimentos diferem em razão das
características do meio, do método empregado e da espécie cultivada.
Quadro 2 - Produção de mexilhões em 1997
País |
Produção (t/ano) |
China |
398.192 |
Espanha |
188.793 |
Itália |
124.430 |
Chile |
20.482 |
Brasil |
6.690 |
Fonte : FAO 1990-1998
No
Brasil, a criação de mexilhões, ou mitilicultura, é considerada uma atividade
economicamente viável para sistemas de produção familiar. A atividade do tipo
comercial teve início no começo da década de 80 e atualmente produz
aproximadamente 10.200 t, envolvendo 1100 famílias ligadas diretamente ao
setor.
O
Litoral Norte do Estado de São Paulo tem 164 praias e compreende os municípios
de São Sebastião, Ilhabela, Caraguatatuba e Ubatuba. É considerado um excelente
local para a implantação da maricultura, por situar-se relativamente próximo
aos principais centros consumidores (São Paulo e Rio de Janeiro), ser uma
região com muitos atrativos turísticos e apresentar uma costa bastante
recortada, formando pequenas baías abrigadas. A mitilicultura vem sendo praticada
comercialmente no Estado de São Paulo desde 1983, mesmo não sendo uma atividade
tradicional nas comunidades e sem ter o apoio político necessário para seu
desenvolvimento.
Em
1994 existiam nove parques de criação distribuídos ao longo do Litoral Norte. O
Instituto de Pesca - IP & Coordenadoria da Assistência Técnica Integral -
CATI, em seus projetos de transferência de tecnologia e de educação ambiental,
têm obtido resultados positivos e sólidos, embora por meio de um processo
moroso, em razão da falta de um programa de fomento. Atualmente totalizam-se 60 produtores, sendo
aproximadamente 90% do total composto por pescadores ou pessoas envolvidas
diretamente com o setor pesqueiro.
No
Litoral Norte, o sistema de cultivo utilizado pelos produtores é denominado
espinhel, ou "long line". Por melhor se adaptar às condições
oceanográficas da costa paulista, ser de fácil manejo e exigir pequeno
investimento, tornou-se o sistema padrão de produção nessa região. A semeadura
é realizada com base no sistema francês, permitindo que cada sistema simples
implantado produza até duas toneladas de mexilhões em casca por safra, em um
período que varia de seis a nove meses, conforme o local de produção.
A
comercialização desse produto é praticada localmente durante o ano todo. Os
maiores consumidores são os turistas, restaurantes e bares locais, e a época de
maior safra é o verão, coincidindo com a alta temporada turística. A forma de
comercialização dos mexilhões, na região, é vivo e na concha. Os preços
praticados variam entre R$ 2,50 e R$ 4,00/quilo. A produção atual está em torno
de 100 toneladas/ano.
Esse
produto não sofre nenhum processamento e não é controlado pelo Serviço de
Inspeção Federal – SIF e nem pela Vigilância Sanitária.
O
desinteresse das autoridades pela atividade, potencialmente geradora de emprego
e renda para populações costeiras tradicionais, leva a situações complicadas,
como a falta de certificação do produto pelo Serviço de Inspeção Federal e de
Vigilância Sanitária e falhas no sistema de escoamento da produção para os
pontos de comercialização.
IV - entraves existentes no
desenvolvimento da criação de moluscos bivalves no estado de são paulo e
estratégias propostas para contorná-los
1.
MONTAGEM / OPERACIONALIZAÇÃO
DA PARTE TÉCNICA
1.1.equipe
O Estado de
São Paulo não possui atualmente uma equipe com número suficiente de técnicos e,
conseqüentemente, capacitada para atender à demanda de assistência técnica
necessária à implantação/expansão de sistemas de criação das espécies de
moluscos cuja tecnologia de cultivo já se encontra estabelecida e das quais já
haja iniciativas de criação em andamento – mexilhão Perna perna, no litoral norte, e ostra-do-mangue, Crassostrea brasiliana, no litoral sul
do Estado, ambas em Unidades Regionais do Instituto de Pesca.
O instituto de Pesca, da Agência Paulista de Tecnologia dos
Agronegócios/SAA/SP, dispõe de tecnologia para implantação da criação da
ostra-do-Pacífico, Crassostrea gigas,
no litoral norte. O início da implantação do cultivo desse bivalve poderá ser
feito após a colheita da primeira safra do mexilhão e da ostra-do-mangue pelos
produtores participantes deste programa.
Estratégia:
Contratação de 3 Assistentes Técnicos de Apoio à Pesquisa, a serem selecionados
e coordenados pela equipe que estuda moluscos bivalves do Instituto de Pesca, e
3 Auxiliares (piloto de embarcação e motorista), sendo 02 Assistentes e 02
Auxiliares, para o litoral norte, e 01 Assistente e 01 Auxiliar, para o litoral
sul.
1.2.estrutura de trabalho:
Em termos de
estrutura de trabalho, as criações de moluscos já implantadas no Estado são
mantidas com o auxílio das unidades locais do Instituto de Pesca e das
contribuições dos parceiros governamentais e não governamentais
Estratégia: Para o Núcleo do Litoral Sul, aquisição de 02
barcos de alumínio de 6 m, 02 motores de popa de 25 HP, 02 carretas para
transporte de embarcação em terra e 01 veículo tipo pick-up, a diesel. Para o
Núcleo do Litoral Norte, aquisição de 02 barcos de alumínio de 6 m, 02 motores
de popa de 25 HP, 02 carretas para transporte de embarcação em terra e 02
veículos. Justifica-se a aquisição de 02 veículos para o Litoral Norte em razão
da grande extensão territorial , havendo a intenção de delimitar dois subnúcleos: região de Ubatuba a Caraguatatuba e região de
São Sebastião a Bertioga.
1.3.
COORDENAÇÃO DAS UNIDADES
Para a
adequada condução e uniformização dos procedimentos técnicos e intervenções junto
à comunidade, torna-se necessário o estabelecimento de uma Coordenação para
cada Núcleo/subnúcleo,
a qual deverá se reportar a um Coordenador Geral do projeto, em âmbito
estadual. O Instituto de Pesca possui técnicos experientes e habilitados para o
desempenho dessa função. Uma das atribuições do coordenador será promover a
interação das equipes das diferentes unidades e o estabelecimento e
fortalecimento de parcerias interinstitucionais. A parceria já estabelecida com
a Secretaria do Meio Ambiente, e em particular com a Fundação Florestal/SMA-SP,
é de fundamental importância na condução destas propostas, devendo ser mantida
e expandida para outras áreas. A atuação dessa Instituição tem-se somado aos
esforços da equipe do Instituto de Pesca de maneira muito produtiva.
Estratégia:
Estabelecimento de cargos, com equivalência ao de Diretor de Núcleo, para as
funções de Coordenador do Núcleo Litoral Sul, Coordenador do Subnúcleo 1 do
Litoral Norte, Coordenador do Subnúcleo 2 do Litoral Norte e Coordenador Geral
do Programa, compatível com as atribuições do cargo de Diretor.
2.
treinamento, capacitação e atualização técnica dos
produtores
As
possibilidades de expansão da criação de moluscos bivalves no Estado de São
Paulo só serão concretizadas com a aplicação de treinamento efetivo,
capacitação técnica e atualização dos produtores, não apenas no que se refere
ao processo produtivo, mas também aos temas de importância dentro da cadeia
produtiva de moluscos bivalves.
Estratégia: Oferecimento de cursos de atualização e
capacitação dos produtores envolvidos em criação de moluscos, informando sobre
agregação de valor ao produto, depuração, comercialização, organização
comunitária, legislação, etc. Estes cursos poderão ser efetivados por meio de
parcerias firmadas, no âmbito do Programa, com entidades como o FAT (Fundo de
Amparo ao Trabalhador – Secretaria do Emprego), SEBRAE, Instituto de Pesca -
APTA/SAA-SP, CATI/SAA-SP, ICA/SAA-SP, ITAL/SAA-SP, entre outras.
3. ordenamento
da atividade – cessão de áreas públicas para o exercício da criação de moluscos
bivalves
3.1.REGULAMENTAÇÃO
DO DECRETO 2869
Atualmente,
todas as iniciativas de criação de moluscos bivalves no país podem ser
consideradas clandestinas, no que se refere à legalização de uso da área. Isso
ocorre porque a legislação pertinente (Decreto 2869) permanece com suas normas
complementares ainda não aprovadas. Apesar de haver certa tolerância, a não
legalização da área produtiva em algumas regiões dificulta a obtenção de
Registro de Aqüicultor por parte dos criadores e, conseqüentemente, de
financiamentos e garantias previstas no corpo do Decreto.
Estratégia:
A Secretaria de Agricultura e Abastecimento, por meio da Agência Paulista de
Tecnologia dos Agronegócios, deverá atuar politicamente de maneira a promover a
aprovação das normas do Decreto 2869.
3.2.inserção
da criação de moluscos bivalves no âmbito das políticas públicas regionais
Os produtores
de moluscos bivalves atuantes no Estado têm encontrado dificuldades em serem reconhecidos
como uma categoria profissional e promissora na produção de pescado. Este fato
ocorre mesmo quando esses grupos se encontram organizados sob formas jurídicas
regulamentadas e causa problemas de várias naturezas, dificultando, por
exemplo, a resolução de processos comerciais; a regulamentação da atividade; a
obtenção de garantias quanto à utilização de áreas; a administração de
conflitos com outras atividades, como o turismo e a pesca; o pleito de
incentivos ao desenvolvimento da atividade.
Estratégia:
A Secretaria de Agricultura e Abastecimento, por meio da Agência Paulista de
Tecnologia dos Agronegócios, deverá articular junto às instâncias responsáveis
pela elaboração das políticas públicas regionais, como o Zoneamento
Ecológico-econômico/Gerenciamento Costeiro, Planos Diretores Municipais e
Regionais, Comitês de Bacias Hidrográficas, Consórcios Intermunicipais,
Associações Comerciais, etc., no sentido de que a atividade seja reconhecida e
planejada em conjunto com as demais atividades econômicas conduzidas no âmbito
municipal/regional.
3.3.certificação
sanitária
Neste aspecto
específico, dois problemas básicos podem ser identificados:
·
Ausência de mecanismos
legais para a certificação sanitária de áreas produtivas de moluscos bivalves –
Atualmente, a garantia da qualidade dos moluscos bivalves é dada pela correta
manipulação ou pela depuração do produto feitas em estabelecimentos
apropriados, sendo sua certificação sanitária dada pelo Ministério da
Agricultura (SIF – Serviço de Inspeção Federal). A figura da certificação
sanitária de áreas não existe no Brasil, havendo referências a isso em outros
países (Chile, países da União Européia, Estados Unidos, Japão etc.), assim
como dados de monitoramento sanitário de algumas áreas produtivas brasileiras -
algumas no Estado de São Paulo – as quais poderiam subsidiar o estabelecimento
de um sistema de certificação de áreas.
·
. Obrigatoriedade da
depuração de espécies de moluscos bivalves que apresentam limitações técnicas
em relação ao tratamento de depuração – O exemplo mais notório desse fato é o
que ocorre com o mexilhão Perna perna,
que desova perdendo peso e qualidade no processo de depuração.
Estratégia:
Para a solução de ambos os problemas, as sugestões seriam:
. Execução
de pesquisas dirigidas à área de interesse, visando subsidiar os órgãos
competentes na normalização da atividade (ex.: monitoramento sanitário de áreas
produtivas; estabelecimento de parâmetros para o pré-cozimento, embalagem e
estocagem e estudo da “vida de prateleira” para o mexilhão Perna perna pré-cozido, resfriado e congelado; estudo de
alternativas de processamento para outros moluscos bivalves);
.
Viabilização de parcerias, no âmbito do Programa, entre instituições
habilitadas na execução dessas pesquisas (ITAL/SAA-SP; Inst. Adolfo
Lutz/Secretaria da Saúde-SP; Instituto de Pesca-APTA/SAA-SP, universidades,
órgãos normatizadores);
.
Promoção de um fórum de debates sobre o tema, com a missão de equacionar a
questão e viabilizar as alterações/acréscimos necessários na legislação.
4. comercialização
4.1.
icms
A adoção de
uma alíquota de ICMS única e excessivamente alta para moluscos em geral
(bivalves, lulas, polvos) e crustáceos, deve-se ao entendimento de que, por
constituírem produtos diferenciados dos demais pescados, alcançam preço mais
elevado e são consumidos por um público de maior poder aquisitivo. Esta medida
ignora, porém, que os produtores de moluscos bivalves (ostras, mexilhões e
outros) estão envolvidos em um esforço de implantação dos sistemas de criação,
arcando, por conseguinte, com custos de produção diferenciados dos recursos
provenientes do extrativismo. A alíquota de 18% de ICMS estrangula a atividade
de criação de moluscos bivalves, ainda incipiente no Estado de São Paulo.
Estratégia:
A Secretaria de Agricultura e Abastecimento deverá propor, através da Agência
Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, a isenção do ICMS por cinco anos, para
os moluscos bivalves provenientes de criação, como forma de incentivo à
atividade (a exemplo do ocorrido em outros Estados, como Santa Catarina e Rio
de Janeiro). Por ser uma atividade de risco, decorridos os cinco anos
estudar-se-ia a desvinculação da tributação sobre os moluscos bivalves daquela
sobre outros moluscos e crustáceos, além do retorno da cobrança desse imposto,
no valor de apenas 10% em vez 18%.
4.2. distribuição nos
mercados locais
Em
virtude de a atividade de criação de moluscos bivalves ser relativamente
recente no Estado de São Paulo, ocorre uma certa resistência por parte das
colônias e mercados pesqueiros em reconhecê-la como atividade produtiva de
pescado. Isso provoca grande dificuldade em se obter espaço nos mercados
municipais para a comercialização do produto proveniente de criação, sendo
notória principalmente em relação aos mexilhões do Litoral Norte.
Estratégia:
Proposição de parcerias, pela Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios
da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, com instituições como Colônias de
Pescadores, Prefeituras, Coordenadoria do Abastecimento/SAA-SP, mercados
municipais, CEAGESP etc., no sentido da criação de espaços nos mercados
municipais e estabelecimentos do ramo para comercialização do produto
proveniente de criação.
4.3.
distribuição do produto nos grandes mercados (capital E
litoral DE SÃO PAULO, outros estados etc.)
Atualmente, o
mercado distribuidor de moluscos no Estado de São Paulo tem como característica
principal a clandestinidade. Nesse mercado, a maioria dos atravessadores
comercializa o produto proveniente do extrativismo, não certificado
sanitariamente, comprado dos produtores a um preço irrisório e vendido ao
consumidor final com um lucro excessivo, sem qualquer garantia. Além disso,
pela própria natureza do produto (perecível, “de risco”, em termos de saúde pública;
caro; “sofisticado”), o público consumidor é restrito. Todos esses fatores
tornam a concorrência e a entrada dos moluscos de criação no mercado uma tarefa
difícil.
Estratégia:
As alternativas para contornar os problemas descritos e assegurar o lugar dos
moluscos bivalves de criação no mercado são:
.
Investimento em “marketing”: Contratação de consultorias especializadas em
distribuição e comercialização, para o estabelecimento de estratégias de venda;
.
Sensibilização, orientação e educação dos estabelecimentos que distribuem o
produto junto ao consumidor final, no sentido de rejeitarem produtos não
certificados;
.
Mobilização dos órgãos fiscalizadores da área de saúde (Diretórios Regionais da
Secretaria da Saúde e Departamentos de Vigilância Sanitária Municipais) e da
área de agricultura (Serviço de Inspeção Federal– SIF; Serviço de Inspeção
Estadual– SISP; Serviço de Inspeção Municipal- SIM), com vista à melhoria da
fiscalização do produto e da orientação dos estabelecimentos consumidores.
Obs.:
Os dois últimos itens seriam viabilizados por meio de parcerias, promovidas no
âmbito do Programa, com os diversos órgãos citados, e da realização de fóruns
de discussão do tema. A utilização de veículos de divulgação deverá ser
considerada.
5.
organização comunitária
Devido a
características intrínsecas da atividade e das comunidades pesqueiras, é grande
a dificuldade em agregá-las sob forma organizacional (associações e
cooperativas), centralizando as etapas pertinentes da cadeia produtiva, o que
provoca a dispersão de esforços e recursos e o enfraquecimento da classe
produtiva.
Estratégia:
.
Estímulo à criação de novas entidades e à filiação dos produtores, através de
palestras, seminários, “workshops” etc. A realização destes eventos deverá
contar com instituições que trabalhem diretamente com o tema, como o Instituto
de Cooperativismo e Associativismo – ICA/SAA-SP, SEBRAE, FAT, entre outras;
.
Assessoramento técnico na área para a formação de associações ou cooperativas
(ICA/SAA-SP, SEBRAE, FAT etc.)
6. pesquisa
aplicada
Freqüentemente,
as pesquisas que têm como objeto de estudo o ecossistema e os recursos naturais
carecem de direcionamento e não atendem às necessidades da comunidade que os
explora em nível comercial.
Estratégia:
. Definição
de prioridades de pesquisa, compatíveis com as necessidades reais da atividade.
A execução dessas pesquisas deverá ser viabilizada com financiamentos
específicos, parcerias e mobilização dos órgãos de pesquisa estaduais e das
universidades (Instituto de Pesca/SAA-SP; ITAL/SAA-SP; Instituto Adolfo
Lutz/Secretaria da Saúde; USP; Instituto Oceanográfico/USP, entre outros).
.
Captação de recursos financeiros para a execução de análises químicas e
bacteriológicas para certificação de áreas (Instituto Adolfo Lutz).
7. crédito
Não existem
linhas de crédito específicas que incluam investimentos em criação de moluscos.
A única iniciativa neste sentido foi feita dentro do Programa FEAP, da
Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo. Ainda assim, as
condições para o pleito do financiamento eram as mesmas estabelecidas para
aquele da pesca comercial.
Estratégia:
Estabelecimento de uma linha de crédito ligada ao Programa, com condições
baseadas na realidade da atividade de criação (valores ajustados ao
investimento mínimo necessário para cada espécie, carência adequada ao tempo de
retorno esperado para a atividade etc.).
8. seguro
Uma das grandes dificuldades enfrentadas pelos atuais
criadores de moluscos de todo o país é a ocorrência de roubos nos viveiros de
criação, uma vez que estes estão implantados em áreas públicas, às quais é
impossível proibir o acesso. Além disso, os criadores estão expostos a perdas
incontroláveis provocadas por fatores ambientais (ex. fenômeno “el niño”,
enchentes, marés-vermelhas etc.), desastres ecológicos, contaminações de
diversas naturezas.
Estratégia:
Viabilização, através da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, da
estruturação de uma linha de Seguro que dê cobertura ao criador, para que ele
possa obter garantias contra riscos externos à atividade citados anteriormente.
V. RESULTADOS ESPERADOS
Núcleo do Litoral Sul
. PRODUÇÃO
Conforme demonstrado no item II deste trabalho (Situação atual da implantação da criação de moluscos no litoral sul - recurso: ostra-do-mangue, Crassostrea brasiliana, no estuário de Cananéia), a produção de ostras na região de Cananéia está em torno de 400 toneladas anuais, correspondendo a quase 600.000 dúzias de ostras. Parte desta produção (cerca de 30%) é oriunda de viveiros de engorda, mas o maior volume provém, ainda, de atividade extrativista.
Em cada hectare utilizado para a implantação de viveiros de criação, tem-se uma área produtiva real de 5.000 m2. Por meio dos trabalhos de pesquisa realizados pela equipe do Instituto de Pesca, ficou demostrado que a produtividade obtida na região com o sistema de viveiros tipo tabuleiro é de 25 dúzias/m2. Desta forma, em cada hectare pode-se produzir 125.000 dúzias de ostras
Com
base na meta de instalar 60 hectares de cultivo de ostras nos quatro anos de
implantação do Programa de Desenvolvimento da Criação de Moluscos Bivalves no
Estado de São Paulo (15 ha em cada ano de implantação), ter-se ia a produção de
7.500.000 dúzias de ostras ou 5.250 t/safra.
Como
a safra de criação tem a duração aproximada de 18 meses, a produção em 12 meses
será de 5.000.000 de dúzias de ostras ou 3.500 t/ano , conforme se demonstra a
seguir:
· em 1 ha: 5.000 m2 de área produtiva
· produtividade da criação = 25 dúzias/m2
·
25
x 5.000 = 125.000dúzias/ha
·
60
ha x 125.000 dúzias/ha = 7.500.000 dúzias por safra (18 meses)
· em 12 meses: 5.000.000 dúzias ou 3.500 t
Além do claro benefício a ser obtido com o aumento da produção, há de se levar em conta a transformação da atividade extrativista em atividade de criação, o que garante a sustentabilidade ambiental do Programa.
. Ocupação de
mão-de-obra
A
Cooperativa dos Produtores
de Ostras de Cananéia (COOPEROSTRA) agrega 47 produtores, os quais são responsáveis
pelas atividades de criação de moluscos praticadas atualmente na região.
Para a
implantação de 1 ha de cultivo integral de ostras são necessários 18
trabalhadores. Desta forma, na implantação de 60 ha seriam ocupados 1.080
trabalhadores, não necessariamente como “empregados”, mas possivelmente como
pequenos produtores, donos de seus próprios viveiros de ostras. Dessa forma,
sendo a população atual do município de Cananéia aproximadamente 10.000
habitantes, 10% dessa população estaria ocupada com o negócio da produção de
ostras.
Além dessa
mão-de-obra ocupada, é necessário considerar o montante de empregos indiretos a
serem gerados, assim como o aquecimento adicional da economia do município, em
virtude do incremento das atividades comerciais e turísticas, entre outras.
NÚCLEO
DO LITORAL CENTRO -NORTE
. ÁREAS VIÁVEIS PARA A
MITILICULTURA NO LITORAL NORTE
No
quadro a seguir relacionam–se os municípios do litoral norte e as respectivas áreas,
que deverão ser reservadas para a mitilicultura, nos próximos quatro anos, com
a implantação do programa.
MUNICÍPIO |
ÁREA |
Ubatuba |
60 ha |
Caraguatatuba |
5 ha |
São Sebastião |
6 ha |
Ilhabela |
20 ha |
Bertioga |
8 ha |
Praia Grande |
3 ha |
TOTAL |
102 ha |
Adiante
são apresentados dados de produção esperada, movimentação financeira e geração
de empregos no decorrer da aplicação do programa.
·
PRODUÇÃO ESTIMADA –
4.590 t/ano
·
PREÇO MÉDIO – R$
2,50/kg
·
RENDA MÉDIA ANUAL –
R$ 11.475.000,00
·
FAMÍLIAS ENVOLVIDAS
– 250 (ou 1000 pessoas diretamente envolvidas na atividade)
VI.
GERAÇÃO DE RECURSOS / RECOLHIMENTO DE ICMS
Com a ostra
comercializada alcançando o preço de R$ 2,00 a R$ 3,50 a dúzia, os recursos
gerados serão de R$ 10.000.000,00 a R$ 17.500.000,00. Decorridos cinco anos da
implantação do Programa e com a isenção de impostos, no 6o ano o
recolhimento de ICMS será de R$ 1.000.000,00 a R$ 1.700.000,00 proveniente da
ostreicultura, e de R$ 1.147.500,00, proveniente da mitilicultura e
considerando a redução na alíquota do ICMS de 18% para 10%. O montante de
imposto pago compensa, com sobra, o investimento financeiro feito para a
implantação de todo o Programa.
VII. PLANEJAMENTO
1.
PLANILHA DE CUSTOS
Ø
Pessoal
Cargo ou Categoria |
Salário em (R$) |
·
1 Auxiliar para o
litoral sul (salário + encargos) |
798,00 |
·
2 Auxiliares para o
litoral norte (salário + encargos) |
1.596,00 |
·
60 diárias (20
litoral Sul e 40 litoral Norte) |
3.600,00 |
TOTAL MENSAL |
5.994,00 |
TOTAL 12 MESES OU
UM ANO |
71.928,00 |
TOTAL 48 MESES OU 4 ANOS |
287.712,00 |
Ø
Equipamentos
Descrição |
Valores em (R$) |
·
2 barcos de
alumínio de 6 m – litoral sul |
5.000,00 |
·
2 barcos de
alumínio de 6 m – litoral norte |
5.000,00 |
·
2 motores de popa
de 25 H.P. – litoral sul |
10.000,00 |
·
2 motores de popa
de 25 H.P. – litoral norte |
10.000,00 |
·
2 carretas para
barcos – litoral sul |
4.000,00 |
·
2 carretas para
barcos – litoral norte |
4.000,00 |
·
1 veículo tipo utilitário
– litoral sul |
16.000,00 |
·
2 veículos tipo
utilitário – litoral norte |
32.000,00 |
·
3 computadores |
7.200,00 |
·
3 impressoras |
2.100,00 |
TOTAL |
95.300,00 |
Ø
Cursos e Workshops (Litoral
Sul e Norte)
Descrição da
atividade |
Valores em (R$) |
·
12 Cursos para
capacitação de produtores |
24.000,00 |
·
1 Workshop sobre
legislação em cultivo de moluscos |
10.000,00 |
·
1 Workshop sobre
associativismo e cooperativismo |
8.000,00 |
TOTAL/ANO |
42.000,00 |
Ø
Serviços de terceiros
Tipo de serviço |
Valores em (R$) |
·
Contratação de
consultoria em “Marketing” |
16.000,00 |
·
Contratação de
consultoria em Vendas |
16.000,00 |
·
Assistência técnica
em Associativismo e Cooperativismo (ICA/SAA) |
6.000,00 |
·
Análises
bacteriológicas em bivalves (Instituto Adolfo Lutz) |
20.000,00 |
·
Análises químicas
(metais pesados) em bivalves (Instituto Adolfo Lutz) |
30.000,00 |
TOTAL |
88.000,00 |
Ø
Material de consumo
Tipo |
Valores em (R$) |
·
Sementes, ou “spats”,
de C. gigas /ano |
1.000,00 |
·
Combustível/mês |
2.400,00 |
·
Combustível/ano |
28.800,00 |
·
Total em 4 anos |
119.200,00 |
TOTAL GERAL DO
PROJETO (4 anos) |
632.212,00 |
2.
CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO
Ø
ANO 0
Mês
1 |
Mês
2 |
Mês
3 |
Mês
4 |
Mês
5 |
Mês
6 |
Mês
7 |
Mês
8 |
Mês
9 |
Mês
10 |
Mês
11 |
Mês
12 |
1;
2; 3;
4, 5 |
1;
2; 3;
4, 5 |
1;
2; 3;
4, 5 |
1;
2; 3;
4, 5;
6 |
1;
2; 3;
4, 5;
6 |
1;
2; 3;
4, 5;
6 |
7 |
7 |
7 |
7 |
8 |
8 |
Ø
ANO 1
Mês
1 |
Mês
2 |
Mês
3 |
Mês
4 |
Mês
5 |
Mês
6 |
Mês
7 |
Mês
8 |
Mês
9 |
Mês
10 |
Mês
11 |
Mês
12 |
8 |
8 |
9;
10 |
9;
10 |
9;
10 |
9;
11 |
9;
11 |
9;
11 |
9;
11 |
9;
11 |
9;
11 |
9;
11 |
Ø
ANO 2 até ANO 4
Mês
1 |
Mês
2 |
Mês
3 |
Mês
4 |
Mês
5 |
Mês
6 |
Mês
7 |
Mês
8 |
Mês
9 |
Mês
10 |
Mês
11 |
Mês
12 |
9 |
9 |
9 |
9 |
9 |
9 |
9 |
9 |
9 |
9 |
9 |
9 |
LEGENDA
1.
Contratação de pessoal
2.
Aquisição de bens e
equipamentos
3.
Seleção dos criadores
4.
Levantamento e indicação das
áreas de criação
5.
Pesquisa da qualidade química
(metais pesados e organoclorados) e microbiológica (coliformes fecais e outros)
da água nas áreas indicadas para o cultivo
6.
Consultoria em
Associativismo
7.
Cursos de treinamento de
mão-de-obra e “Workshops”
8.
Implantação da criação de
bivalves
9.
Processo de engorda de
bivalves
10. Consultoria em “Marketing”
11. Consultoria em Vendas
AGRADECIMENTOS
Os
autores desejam agradecer ao Sr Diretor de Departamento do Instituto de Pesca,
Dr. João Donato Scorvo Filho, pelo incentivo para a elaboração desse relatório.