Cerca de 4 mil pessoas visitaram a 9.ª edição da Aquishow Brasil, no município de Santa Fé do Sul, entre os dias 15 e 18 de maio. Além de palestras com temas relevantes para o setor aquícola, a feira reuniu mais de 100 expositores nacionais e internacionais. O evento foi realizado pela Associação dos Piscicultores do Estado de São Paulo (Peixe-SP) e pela Prefeitura de Santa Fé do Sul, com o apoio do Instituto de Pesca (IP) e da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), órgãos da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA) do Estado de São Paulo.
Na cerimônia de abertura do evento, o prefeito de Santa Fé do Sul, Ademir Maschio, ao lado de autoridades municipais e estaduais, citou os números que evidenciam a importância do município na produção de peixes. “Produzimos cerca de 30 mil toneladas/ano, mas nosso objetivo é chegar a 120 mil toneladas/ano. Atualmente, a piscicultura gera 3 mil empregos diretos em nosso município”, afirmou o prefeito. Francisco Jardim, secretário estadual de Agricultura e Abastecimento, abordou a importância da difusão de novas tecnologias. “É preciso produzir com sustentabilidade social, econômica e ambiental. O Instituto de Pesca ‘produz’ o conhecimento e a CATI é responsável por disseminar as informações. Dessa forma, o Estado cumpre sua missão institucional”, avaliou o titular da pasta.
Luiz Ayroza, diretor do IP, disse que o Instituto pesquisa e desenvolve inúmeros projetos que ajudam os aquicultores. “Neste ano estamos com o projeto de um probiótico que promove o desenvolvimento dos peixes. Esse probiótico é incorporado na ração e tal alimento melhora o crescimento do peixe, além de contribuir com a sanidade do animal”, disse. João Brunelli Júnior, coordenador da CATI, ressaltou a parceria entre o IP e a CATI para o sucesso da piscicultura paulista e afirmou que a instituição está finalizando um senso da aquicultura paulista. “O senso mostrará o tamanho da dessa cadeia produtiva no Estado de São Paulo e auxiliará nossos técnicos no planejamento dessa atividade que está em ascensão no Estado”, disse.
De acordo com os dados do último Anuário da Piscicultura Brasileira, da Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR), o Brasil produziu 697 mil toneladas de peixe de cultivo em 2017, resultado 8% superior ao de 2016. O Paraná se mantém na liderança entre os estados produtores de peixes de cultivo, com 112 mil toneladas em 2017. A segunda posição permanece com Rondônia, com 77 mil toneladas, e a terceira com São Paulo. O Estado atingiu a produção de 69.500 toneladas, uma alta de 6,3% em relação ao ano anterior.
Uma empresa de tecnologia da cidade de Uberlândia, em Minas Gerais, levou para a Aquishow um equipamento inédito no Brasil, um barco tratador de peixes. “Com o equipamento, basta o operador apertar um botão para tratar cada tanque rede. O barco identifica o tanque lendo as placas de numeração, calcula a quantidade de ração utilizando a tabela de arraçoamento e cadastra no aplicativo, e assim, pesa e transporta a ração para o tanque”, explicou Érico Chagas, diretor de tecnologia da empresa.
A Aquishow ofereceu ainda palestras com o objetivo de potencializar a capacidade produtiva do pescado, bem como discutir as novas tecnologias, aperfeiçoamento de cultivo e também sobre doenças, como na palestra do professor e consultor em saúde dos peixes, Edgar Pulido. O palestrante abordou sobre o tilv, uma ameaça à tilapicultura mundial. O vírus, que apareceu pela primeira vez em Israel, em 2009, tem o poder de dizimar a população de tilápias, embora não cause mal à saúde humana. Em maio de 2017, a FAO publicou um alerta especial evidenciando o tilv como uma grande ameaça aos cultivos de tilápia, uma vez que essa espécie é a segunda mais importante no mundo em termos de volume produzido. “O primeiro passo é a biossegurança, ou seja, tratar e controlar os peixes que entram na produção e prevenir o ingresso de animais que, potencialmente, estejam infectados”, disse o palestrante.
Os visitantes que passaram pela feira aprovaram a estrutura do evento e também do conteúdo das palestras. “Como estou no primeiro semestre de Engenharia de Aquicultura, não tinha conhecimento sobre o tilv. Porém foi muito importante saber sobre esse vírus e também em relação às formas de prevenção”, disse Otávio Augusto da Silva, estudante de Engenharia de Aquicultura na Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), em Mato Grosso do Sul. O visitante Hélio Ribeiro disse que a Aquishow está cada vez maior. "Conheço esse evento desde a primeira edição, em 2009, e o crescimento dele mostra o potencial que nosso País tem para o mercado de pescados”, concluiu.
Mais informações: (19) 3743-3870 ou 3743-3859
Fonte: Coordenadora de Assistência Técnica Integral, Mai/2018 (http://www.cati.sp.gov.br)
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