Penacos. A sigla não está entre as mais familiares para o público, mas é uma ótima oportunidade. Ela significa "peixes não convencionais", aqueles pescados que tem pouca comercialização e são de pouco conhecimento do consumidor, embora alguns deles sejam abundantes nas águas brasileiras.
Esses tipo de pescado pode ser uma importante opção gastronômica, especialmente pela possibilidade de ser consumido fresco, logo após a captura. E também se torna uma opção mais viável no momento em que espécies como salmão, badejo e atum têm menor presença, e até mesmo escassez, na natureza.
Berata, perna-de-moça, cabrinha, espada e cioba são algumas das opções de penacos nutritivos e saborosos presentes na costa brasileira, além de apresentarem bom custo-benefício. Assim, com preços baixos, esse tipo de pescado pode elevar o consumo da proteína no País.
"Muitas vezes o pescado é visto como um tipo de alimento caro. Algumas espécies, porém, são comercializadas a R$ 5,00 o quilo. O problema é que o consumidor está acostumado a ouvir falar de salmão, atum, bacalhau e linguado, que são peixes comerciais e mais caros", explica Rubia Yuri Tomita, pesquisadora do Instituto de Pesca.
Para levar informações sobre esses peixes, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio do Instituto de Pesca, realizou uma Roda de Conversa sobre Penacos, no auditório do Museu da Pesca, e uma Oficina Gastronômica com Aula-Show de Penacos seguida de degustação no restaurante Okumura, ambos em atividades que fizeram parte da programação da Semana do Pescado e que aconteceram em Santos.
"O público saiu bastante satisfeito nas duas ações, que permitiram incorporar informação e conhecimento sobre as características de algumas espécies. Além disto, o público teve oportunidade de se familiarizar com a idéia de utilizar espécies locais e que podem ter custo mais acessível, além daquelas amplamente exploradas pela mídia. Questões como a sazonalidade das espécies, que favorece sua disponibilidade e seu custo também foram abordadas, além do consumo responsável (consumo de espécies que não estão sob risco ou ameaça de extinção), sustentabilidade ambiental, inocuidade e segurança alimentar foram temáticas também abordadas nestas ações promovidas pelo Instituto de Pesca", avalia Rubia.
Conheça algumas opções de penacos:
Cabrinha – De pele marrom, se aproveita bem o lombo, que não tem espinha. Pode ser feita no forno, grelhada e frita. Na parte da barriga, o filé é alto e no restante, fino.
Cioba – Peixe da família do vermelho e confundido com pago e olho de cão. Ele tem a pele rosada, proveniente da alimentação de algas e camarões. Rende filé e posta e pode ser assado, recheado e na churrasqueira. Tem gosto adocicado e suave. Dependendo do tamanho do pescado, pode ser fino ou alto.
Espada – carne branca, pode fazer em filés, que são bem fininhos, mas fica melhor em postas. Tem espinhas finas, gosto suave como o da pescada. Tem pele bem prateada, sendo muito usado para empanar e fritar.
Fonte: Semana do Pescado, Outubro/2019 (https://www.semanadopescado.com.br)
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