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Criação de trutas no sul de MG chega a 5 mil toneladas por ano

Um peixe que veio de longe encontrou, nas águas frias da Serra da Mantiqueira, um lugar ideal para se desenvolver. A truta, nativa da América do Norte, vive nos rios do país há mais de meio século.

Essa espécie precisa de água limpa e fria -quanto mais fria, melhor. No Brasil, ela se desenvolve em águas que ficam entre 10ºC e 20ºC.

A vazão também é importante, porque vai dizer o quanto de oxigênio tem na água, o que é o primeiro fator limitante dentro de uma criação.

Então, a pergunta diz assim: 'Quantos peixes eu posso produzir?' Eu retorno com outra pergunta: 'Quanto de oxigênio você tem?', ensina a veterinária Yara Tabata.

Ela trabalha em um centro de pesquisa ligado à Secretaria de Agricultura de São Paulo e estuda esse peixe há mais de 30 anos.

A espécie que mais se adaptou ao Brasil foi a truta arco-íris. Ela é mais alongada e cheia de pintinhas. A cor varia.

A cultura da truta vem avançado devagarinho: hoje existem cerca de 200 criadores, a grande maioria na Serra da Mantiqueira. A produção chega a 5 mil toneladas por ano e a maior parte sai de pequenas propriedades.

Parceria na criação

Minas Gerais já se tornou o principal produtor de trutas do país.

Em Gonçalves, Altair Rezende de Souza encontrou uma atividade importante nesse meio: fornecer os filhotes de truta, fazendo a chamada alevinagem.

A reprodução artificial leva cerca de 1 mês, da fecundação até os filhotes ganharem formato de larva e crescerem. Só no ano passado, mais de 700 mil ovas foram incubadas na estrutura que a família mesmo montou.

Um dos maiores criadores de truta do Brasil leva parte das ovas para o sítio de Altair e depois elas voltam para a criação, em Sapucaí Mirim, também no Sul de Minas. Cada um fica com metade da produção.

(A parceria) é boa, porque eu tenho pouca água. Ele traz a ova, eu consigo ter mais ovo com menos matriz, diz Altair.

'Rei' da truta

A maior criação comercial de trutas do Brasil tem 4 unidades de engorda, uma de reprodução, além de um frigorífico que processa quase 300 toneladas de filés do peixe por ano.

O dono, Afonso Vívolo, conhecido como Afonsinho, começou o negócio nos anos 90, na base do "erra e acerta". A empresa já recuperou todo o investimento e fatura cerca de R$ 1 milhão por mês.

Para a criação, o curso do rio é desviado, o que ajuda a aproveitar a temperatura e a força da água, que é filtrada e direcionada aos tanques de engorda.

A propriedade atende às normas da legislação ambiental. No final, a água que sai dos tanques passa por filtros onde é tratada antes de ser devolvida ao rio.

A média é de 30 quilos de peixe por metro quadrado nos tanques de engorda, e eles ficam ali por cerca de 9 meses antes de irem para o abate, quando estiverem pesando 500 gramas.

Truta salmonada

Os peixes abastecem restaurantes e algumas das maiores redes de supermercados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Mas o que Afonso quer mesmo é competir de igual para igual com o salmão chileno. É aí que entra a truta salmonada, que já responde por 30% da produção da empresa.

"O salmão sai do Chile para chegar ao Brasil com 10 a 15 dias, né? Como peixe fresco. E nós aqui estamos (com o peixe) na Mantiqueira e podemos chegar ao mercado com 1 a 2 dias", diz Afonso.

Mas como isso é feito? Na natureza, tanto o salmão quanto a truta têm a carne branca. A coloração rosada depende do que o animal come. No cativeiro, criadores conseguem dar essa característica à carne adicionando um pigmento natural à ração dos peixes.

 

Fonte: Globo Rural, Set/2018 (https://g1.globo.com)

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Truta é fonte de renda para criadores da Serra da Mantiqueira
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