Todo ano, no decorrer da Semana Santa, o consumo de pescado tem um crescimento significativo no Brasil. O peixe, que tem alto valor nutricional é saboroso e versátil em seu preparo. E para ajudar a degustar um bom peixe na Páscoa, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo separou algumas dicas sobre como escolher, armazenar e preparar o produto.
Na hora de embrulhar o produto, o vendedor precisa utilizar papel branco ou plástico específico para alimentos e não deve manusear o pescado ao mesmo tempo em que mexe com o dinheiro.
Na forma de pescado congelado, é importante observar a data de validade e a temperatura de armazenamento indicada no rótulo dos produtos que são vendidos embalados. O ideal para o armazenamento do pescado é que a temperatura do freezer/congelador esteja em -18°C. Outra dica é evitar a compra de embalagens com presença de cristais de gelo em contato com o produto: isso indica que a embalagem sofreu alterações de temperatura durante seu armazenamento.
Armazenamento e conservação
Após a compra, os peixes frescos, refrigerados ou congelados devem ser armazenados o mais breve possível em geladeira ou freezer. Os frescos ou resfriados podem ser mantidos inteiros, sem as vísceras, com a pele e sem escamas e bem protegidos com filme plástico ou sacos apropriados de primeiro uso. Observe abaixo a indicação para as diferentes apresentações.
Fresco: pode ser armazenado por no máximo 24 horas em geladeira, desde que esteja sem as vísceras. Se não for consumir após a compra, congelar por no máximo 3 meses.
Congelado: deve ser armazenado em freezer e recomenda-se seu consumo antes da data de validade do produto. Descongelar apenas antes do preparo e sob refrigeração.
Pratos preparados à base de pescado: o armazenamento deve ser feito em geladeira e recomenda-se que o consumo ocorra dentro de 48 horas.
Peixes secos e enlatados: armazenamento em locais frescos para as latas e em geladeira para o peixe seco e salgado seco (devidamente embalado em filme plástico).
Vale lembrar que, quando o produto descongelado for retirado da geladeira, o indicado é que ele seja preparado e consumido imediatamente. Pois, uma vez descongelado, o pescado não deve ser congelado novamente, para não sofrer queima pelo frio e perder nutrientes.
A especialista explica
Para fundamentar o assunto, a pesquisadora científica do Instituto de Pesca (IP-APTA), Érika Fabiane Furlan, especialista em desenvolvimento e valorização de produtos da Pesca e Aquicultura; processamento e aproveitamento integral do pescado; qualidade, segurança alimentar e nutricional do pescado, do Centro Avançado de Pesquisa do Pescado Marinho, em Santos, foi convidada a responder às perguntas a seguir.
Quais as características nutricionais da carne de peixe?
– O pescado é a proteína animal mais consumida a nível mundial. Na Europa, por exemplo, tem-se um consumo entre 30 a 60 kg/pessoa/ano. Embora o pescado tenha sido reconhecido pelo valor nutricional dos seus macro constituintes, especialmente, pela proteína de alta digestibilidade e baixo teor de lipídios. Atualmente, considera-se que constitui uma das fontes mais importantes de micro nutrientes, minerais e, em particular, ácidos graxos essenciais, como o ômega 3.
O pescado tem como principal componente a água (aprox. 80%), esta possui relação inversa com o conteúdo de gordura. Os peixes têm, geralmente, mais água e menos gordura do que a carne bovina, no entanto, o valor nutricional das suas proteínas é idêntico, mas de fácil digestão. A sua gordura é em maior parte, insaturada, rica em ômega 3 e ômega 6. A grande maioria dos peixes são fontes de vitaminas do complexo B, inclusivamente em vitamina B12, uma vitamina essencial ao perfeito funcionamento do sistema nervoso e de todas as células em geral.
O pescado é um alimento rico em minerais (iodo, fósforo, flúor, ferro e cálcio) e com conteúdo de proteína e gordura bastante variáveis. A proteína pode variar de 8-25%, depende do tamanho, da alimentação e/ou ambiente que este foi colhido/capturado, estação do ano e, ainda, da espécie. Por exemplo: no atum o teor proteico é ao redor de 26%, no mexilhão cerca de 9% e a maioria dos peixes apresentam teores de 16 a 19%.
O peixe vai muito além de uma carne macia e saborosa. Qual a importância do seu consumo para a prevenção de algumas doenças?
– A literatura científica relata múltiplos benefícios associados ao consumo de pescado, desde que este seja feito com regularidade. Os principais são associados à prevenção de problemas cardíacos. Além disso, o pescado contém elevados teores de iodo, um mineral essencial ao bom funcionamento da tiroide.
O peixe é um alimento que se destaca nutricionalmente quanto à quantidade e qualidade de suas proteínas. Quantas vezes por semana é ideal fazer seu consumo?
– Os benefícios nutracêuticos esperados no consumo de qualquer alimento, ou seja, para se beneficiar dos compostos bioativos presentes nos alimentos e que desempenham papéis importantes à saúde, como os ácidos graxo ômega 3 dos peixes gordos, o alimento tem que aparecer com frequência na sua dieta. Estudos indicam que há benefícios à saúde do coração, entre outros, pelo consumo de duas a três porções semanais de peixe – finaliza a especialista.
Receita para Páscoa
Depois de saber como escolher, como armazenar e quais os benefícios dos ricos alimentos do pescado, é hora de ir para a cozinha e preparar esta deliciosa receita para a Páscoa, com um tipo de peixe com preço bastante acessível. Confira!
INGREDIENTES
Esta receita pode ser preparada também com outras opções de peixes: Tainha, Pacu, Namorado, Anchova e Olhete.
Para mais dicas sobre o pescado e as formas de escolha, armazenamento, congelamento e nutrição, acesse as publicações do Instituto de Pesca clicando aqui.
Fonte: Cerrado Editora, Abril/2020 (http://cerradoeditora.com.br)
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