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Gigantes da carcinicultura presentes no Aquishow Brasil

Um estande chamava a atenção e despertava a curiosidade de quem passava pelos corredores do Aquishow Brasil. O motivo?  Tratava-se nada mais, nada menos do que o estande da Aquatec, maior laboratório de produção de pós-larvas de camarão marinho do Brasil.

A Aquaculture Brasil conversou com Ana Carolina, proprietária da empresa e conta pra você o que um laboratório de produção de pós-larvas estava fazendo em meio ao Aquishow.

Aquaculture Brasil: Ana Carolina, qual o motivo da vinda de vocês para o AquiShow Brasil, um evento nacional de piscicultura?
Ana Carolina: Certamente é um evento muito diferente do que estamos acostumadas a ver, como a Fenacam, por exemplo, que é essencialmente voltada para camarões. Mas viemos para prospectar o mercado, uma vez que temos vendido entre 2017-2018 muita larva de camarão para os estados de São Paulo, Mato Grosso e Goiás. Assim, decidimos participar da feira para ter um retorno e poder conversar com os produtores e tentar entender a razão dessa busca e interesse em trazer o camarão para o interior desses estados.

Aquaculture Brasil: E como está sendo o evento para vocês?
Ana Carolina: Posso dizer que está sendo bem interessante, porque os fornecedores que aqui estão são praticamente os mesmos, e encontramos até fornecedores que não temos em eventos de carcinicultura, mas com produtos que usaríamos para o camarão. Também temos conversado com inúmeros produtores que estão usando as larvas de camarão e assim conseguimos entender essas iniciativas de criar o camarão nestas regiões. Estou muito satisfeita, já tive muitas novidades e surpresas durante o evento.

Aquaculture Brasil: Os visitantes da feira têm visto com muita surpresa o estande da Aquatec?
Ana Carolina: Com certeza, é o único estande que mostra camarão. E está sendo muito bom, porque tem pessoas de Santa Catarina e Paraná por exemplo, que já compram larvas de camarão da Aquatec e aproveitam para fazer pedido. Recebemos produtores de peixes que querem iniciar o cultivo de camarões e chegam no estande para perguntar como fazer para receber as larvas. Mas todos olham o estande com muita surpresa, inclusive os fornecedores que nós conhecemos aqui também, a pergunta mais comum é “O que a Aquatec produtora de larva de camarão está fazendo nesse evento de peixe?” Então é uma curiosidade de todos.

Aquaculture Brasil: O que tem lhe chamado atenção na feira?
Ana Carolina: Uma coisa que está me chamando atenção é a grande participação do produtor e a integração deles com os políticos do governo do estado. É uma cidade pequena, mas que vive do agronegócio e é impressionante como a piscicultura aqui tem um peso muito importante. Mas o que mais me chamou a atenção é como os produtores estão organizados junto com os políticos, prefeitos e deputados. Isso nós não vemos na carcinicultura. Ficam os produtores isolados e é a “muito custo” que se consegue fazer alguma coisa com os mesmos. Mas esse tipo de organização que envolve produtores, políticos e governo, é uma novidade para mim e sinto que essa aproximação tem resultado muito positivo. Por exemplo, na abertura do evento tinham 10 prefeituras presentes, 6 deputados, representantes de universidades, SEBRAE, EMBRAPA, Instituto de Pesca e outros órgãos de pesquisa. E a região tem muitos produtores. Que aliás, ainda usam somente 10% do potencial aquícola da região para produção em tanques-rede. Assim, tem muito potencial ainda para a piscicultura crescer nessas regiões.

Neste ano a estimativa para venda de pós-larvas fora da região Nordeste é de 35 a 40 milhões. Volume este que vem crescendo desde 2016.

Além da Aquatec, representante da Camanor também chamou a atenção

Sem estande, apenas caminhando pelos corredores com olhos curiosos, camiseta amarela, estampada com um símbolo que é conhecido por muitos, o do sistema Aquascience! Quem era ele? Ronaldo Barraradas, Engenheiro de Pesca, mestre em Aquicultura e o responsável pelo setor de tilápias da Camanor Produtos Marinhos. Atualmente a Camanor tem suas matrizes de tilápia e produz o próprio alevino para engorda dentro do sistema AquaScience.

Aquaculture Brasil: O que motivou a Camanor a estar presente no Aquishow Brasil 2018?
Ronaldo: Como sou responsável pela tilápia e o evento é voltado para piscicultura, a empresa achou por bem que eu viesse para coletar algumas informações importantes. E a ideia é essa, ver como está a tendência do mercado hoje em dia e o que tem de novidades para o setor.

Aquaculture Brasil: A ideia é ver alguma coisa em termos de genética também?
Ronaldo: Estamos trabalhando em cima de um melhoramento genético para salinidade mais alta, mas isso estamos pesquisando.

Aquaculture Brasil: A tilápia hoje deixou de ser somente um elemento na Camanor para se tornar de fato um produto de valor comercial?
Ronaldo: A tilápia é parte fundamental do sistema Aquascience. Ao mesmo tempo se tornou um produto da Camanor que não deixa de ser um produto diferenciado pelas características com que é produzida, em sistema fechado com salinidade mais elevada e vários elementos que acabam deixando o peixe até com um sabor diferenciado.

Aquaculture Brasil: A ideia é expandir o sistema de tilápia ou manter como está?
Ronaldo: A tilápia vai crescer a medida que o sistema de camarão crescer. Quanto mais camarão a Camanor produzir, mais tilápias também serão produzidas. Cada unidade de camarão tem uma unidade de tilápia acoplada. Atualmente produzimos uma média de 15 mil toneladas por ano de camarão, e agora em parceria com a Charoen Pokphand Foods (CP Foods), a meta são 100 mil toneladas de camarão por ano. Quanto a tilápia, não temos um número ainda, mas também vai crescer exponencialmente como o camarão.

Atualmente em cada tanque de tilápia são produzidos 2 a 2,5 toneladas de tilápia, com peso final médio de 1.000 a 1.500 gramas. A comercialização é inteira, in natura, ou, dependendo do mercado a empresa também realiza o beneficiamento.

 

Fonte: Aquaculture Brasil, Mai/2018 (http://www.aquaculturebrasil.com)

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