Final de tarde na cidade de Santos, na volta da praia ou depois daquela descansadinha no hotel, é hora de passear pelos jardins da orla até chegar ao Aquário de Santos; a 500m dali, na mesma avenida, fica o Museu de Pesca. Visite os dois, principalmente (mas não só) se estiver com crianças.
A principal atração do Museu de Pesca é um esqueleto de baleia da espécie Balaenoptera physalus com 23 metros de comprimento e 7 toneladas que encalhou já sem vida em uma praia de Peruíbe, no ano de 1942. O instituto de pesca comandou os trabalhos de descarne e transporte dos 197 ossos. A reconstrução do esqueleto demorou 21 dias e hoje ocupa uma sala inteira do Museu de Pesca.
Por lá também se encontram tubarões empalhados, a maior lula em exposição do mundo (com 5 metros e 91 quilos), peixes, crustáceos, moluscos e aves marinhas. Para quem, como eu, acha que praia é sempre igual: água salgada, areia, conchinhas e coqueiros, ali vai descobrir que as diferenças podem ser bem notáveis.
Estão expostas conchas de diversas partes do planeta devidamente identificadas, além de vidrinhos com areia das praias mais famosas do mundo, objetos reais de embarcações, de pesca propriamente dita e até petróleo. O prédio lindíssimo também já é em si uma atração, foi construído em 1700 como Forte, já foi escola de aprendizes de marinheiro e desde 1950 abre suas portas como museu, passando por diversas restaurações e períodos em que ficou fechado.
Outra curiosidade é que alguns dos animais expostos pertenceram ao Aquário de Santos e foram taxidermizados para integrar o acervo do Museu de Pesca. Nesse processo, os órgãos do animal morto são retirados e o interior é preenchido com plástico bolha. Antigamente esse processo de enchimento era feito com serragem que levava ao problema de cupins que já foram responsáveis por períodos de fechamento do museu.
Para as crianças o Museu de Pesca é uma festa, seja para conhecer o protótipo de um submarino ou para brincar na ala interativa patrocinada pela Petrobrás que simula as áreas de um navio com quarto do capitão, leme, ponte... é um playground em forma de navio, onde em algumas partes o piso é transparente e permite que se veja cenários que representam o fundo do mar. Ainda para agradar e atrair a atenção das crianças, por todos os lados há painéis coloridos para fotos com animais marinhos.
A visita ao Museu da Pesca dura em torno de uma hora para se ver tudo, dali siga para o Aquário de Santos para exercitar um pouco mais a curiosidade das crianças de todas as idades. Já sei, já sei... nesse ponto do texto há quem esteja lamentando que ainda haja pessoas que entendam como entretenimento visitar animais presos e outras que, se pudessem, argumentariam perguntando se essas mesmas pessoas que se horrorizam em aquários e zoológicos não comem carne, nem têm animais de estimação... ... ... Não vou me aprofundar nessas questões, o que penso é que hoje é inconcebível a captura de novos animais para 'exposição', mas aqueles que estão há anos nesses espaços não sobreviveriam se fossem devolvidos à natureza e mantê-los custa caro.
O Aquário de Santos não é um primor em conservação e modernidade, mesmo porque completou 70 anos de existência em 2015. É pequeno, se comparado com outros como o Aquário de São Paulo, por exemplo, e demonstra ter passado por poucas modernizações na estrutura em seus anos de existência aberto ao público.
Além dos peixes de águas doces e salgadas, tem tubarões, arraias, pinguins e um lobo marinho de mais de 12 anos, nascido no zoológico de São Paulo. O Aquário de Santos tem sua pegada educativa e ambiental em banners que mostram os prejuízos que o lixo jogado no mar causa nos animais e curiosidades espalhadas pelos espaços que explicam, por exemplo, que as tilápias aumentam muito em quantidade nos rios, pois não têm predadores naturais, já que vieram de fora do país e foram introduzidas nos rios brasileiros.
O Aquário de Santos aceita a doação de peixinhos vindos de aquários residenciais e participa do projeto "Adote um livro". Sem dúvida, lugar para se aprender muito!
Fonte: De turista a viajante, Mar/2018 (http://www.deturistaaviajante.com)
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