O Instituto de Pesca (IP-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, tem atuado para inclusão do pescado na alimentação escolar. A iniciativa visa a segurança alimentar e nutricional da população, por meio da inserção de alimento saudável no cardápio da merenda das escolas.
De acordo com a pesquisadora do IP, Rubia Tomita, desde 2009, o IP realiza eventos e debates com tomadores de decisão, organizações e instituições escolares para incentivar a inclusão do pescado na merenda. “Estamos sempre buscando a troca de ideias e experiências, informações científicas e técnicas sobre o pescado, seu valor nutricional e benefícios à saúde de crianças e jovens. Também buscamos promover alianças estratégicas no setor de alimentação escolar, além de instruir e capacitar os diferentes atores da cadeia produtiva envolvida”, conta.
Neste contexto, já foram realizados testes sensoriais em escolas públicas do município de Itanhaém quanto à aceitação de preparações à base de carne mecanicamente separada (CMS) de pescado pelos estudantes, como o macarrão tipo à bolonhesa e escondidinho de peixe. Testes sensoriais realizados com crianças de nove a 12 anos mostraram que a aceitação superou 85% para as duas preparações.
“A concepção destas receitas considerou a especificidade do público-alvo, bem como as limitações de tempo, ingredientes, estrutura e equipamentos disponíveis nas unidades escolares. Esta iniciativa, em parceria com a Prefeitura Municipal de Itanhaém, recebeu premiações como o Josué de Castro de Combate à Fome e à Desnutrição, concedido pelo Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA – SAA/SP) na categoria Projeto de Pesquisa, e Inovação Aquícola, concedido pela Aquaculture Brasil, Aquishow Brasil e Seafood Brasil, em 2019, na categoria Política Institucional”, afirma Rubia.
Segundo a pesquisadora do IP, nos dias 13 e 14 de outubro deste ano, durante a semana em que se comemora o Dia Mundial da Alimentação, a Unidade Laboratorial de Tecnologia do Pescado do Instituto realizará a quinta edição do Workshop sobre a Inclusão do Pescado na Alimentação Escolar. “Queremos, por meio do compartilhamento de informações científicas, criar um ambiente político-econômico positivo, necessários para que este importante alimento promova a saúde de crianças e jovens e para a formação dos consumidores de pescado no futuro”, afirma.
Pescado é altamente nutritivo
O pescado é um alimento altamente nutritivo por ser rico em proteína de alto valor biológico, ácidos graxos polinsaturados (especialmente ômega-3), vitaminas (A, D, K, E), sais minerais, como o cálcio, potássio, sódio, magnésio, ferro e zinco. Segundo Rubia, ele tem papel fundamental na segurança alimentar e nutricional, especialmente quando se fala em crianças e jovens.
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), de 2014, indicavam que 42 milhões de crianças – menores de l8 anos – apresentavam sobrepeso no mundo, das quais 31 milhões se encontravam nos países em desenvolvimento. As previsões atuais são de aumento, onde o consumo de guloseimas, batatas fritas, refrigerantes, alimentos com alto teor de açúcares e gordura contribuem para elevar o risco do sobrepeso e obesidade, dentre outras enfermidades.
“Na realidade vivemos um desafio duplo, o sobrepeso infanto-juvenil de um lado e o déficit nutricional do outro. Por isto, promover a introdução do pescado na Alimentação Escolar (AE) é uma ação muito importante para a Segurança Alimentar e Nutricional e para promover a saúde no Estado de São Paulo, especialmente nestes tempos de pandemia, onde estar em dia com a saúde pode colaborar muito para o enfrentamento da Covid-19”, afirma.
Fotos: Pesquisadora Rúbia Tomita do Instituto de Pesca (APTA-SAA)
Foto 1 – macarronada com molho à bolonhesa de CMS de peixe
Fonte: Grupo Águas Claras
19 de Agosto