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Pescado, ciência e desenvolvimento

Com a maior reserva de água doce do mundo e mais de 7 mil quilômetros de extensão de litoral banhado pelo oceano Atlântico, o Brasil reúne características que dão condição de ser um dos maiores produtores de pescado do planeta, seja ele de águas continentais ou marinhas.

Entretanto, esse potencial ainda é pouco explorado, apesar do crescimento da produção observado na última década. Mas afinal, como mudar esse panorama? Como colocar o Brasil entre os maiores produtores de organismos aquáticos do mundo, gerando renda e disponibilizando para a população uma proteína de alta qualidade como a do pescado?

Vimos que as respostas para essas perguntas não podem ser tratadas de maneira individualizada, mas sim numa perspectiva transversal, na qual diversas ações que se complementam, como políticas públicas que contribuam para o desenvolvimento das atividades e que tragam ordenamento para os setores da pesca e da aquicultura, bem como investimentos em pesquisa e inovação, são de extrema importância para o país alcançar tal posição.

Neste sentido, o Instituto de Pesca (IP-APTA), órgão de pesquisa da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, é um bom exemplo de que o investimento em ciência e tecnologia gera resultados efetivos, pois exerce papel fundamental ao desenvolver e transferir conhecimentos para a cadeia produtiva do pescado.

Com quase meio século de história, o IP já disponibilizou diversas tecnologias para o setor da pesca como, por exemplo, a técnica de captura de polvos em covos (ou potes), e para o setor da aquicultura continental e marinha, as pesquisas voltadas à produção de trutas a partir de ovos embrionados e feminização indireta desses peixes e a utilização de long lines para a criação de mexilhão.

Além disso, o trabalho desenvolvido por pesquisadores do IP permitiu que São Paulo se tornasse o único Estado brasileiro a gerar ininterruptamente dados sobre descarga de pescado em sua costa desde a década de 40 do século passado.

Aliás, a falta de dados nacionais sobre a produção pesqueira marinha e estuarina no Brasil é um dos fatores que atrapalha a atividade, haja vista que, sem dados, a promoção de políticas públicas voltadas para o manejo adequado de determinadas espécies que sofrem com a sobrepesca se torna pouco efetivo, uma vez que não sabemos qual a real situação dos estoques pesqueiros.

Por outro lado, é preciso investir em pesquisas voltadas para aquicultura. De acordo com projeções da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), o Brasil experimentará um aumento de produção de pescado da ordem de 104% até 2025, liderando o crescimento na América Latina e Caribe.

Tais projeções dão conta de que esse crescimento será impulsionado principalmente pelo cultivo de organismos aquáticos, já que não se prevê aumento significativo da pesca extrativista.

Esse fato demonstra a necessidade de investimento pesado em pesquisas que disponibilizem novas tecnologias voltadas para todos os elos da cadeia produtiva, desde a produção de alevinos, passando pela fabricação de ração, até a venda do pescado.

Um desafio e tanto, pois demandará inovação tecnológica aplicada a processos de produção, à redução dos custos, ao melhor aproveitamento dos subprodutos do beneficiamento, ao melhoramento genético visando à padronização do peixe cultivado e à diversificação de espécies. Tudo isso, sem perder de vista a segurança alimentar e a saudabilidade do pescado ofertado para a população.

Luiz Marques da Silva Ayroza, pesquisador científico e Diretor Técnico de Departamento do Instituto de Pesca

Vander Bruno dos Santos, pesquisador científico e Assistente Técnico de Direção do Instituto de Pesca

 

Fonte: Jornal Entreposto, Abr/2018 (https://jornalentreposto.com.br)

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Decreto assinado pelo governador Geraldo Alckmin concede isonomia tributária à produção paulista de pescado
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