No período de 22 a 26 de abril, no reservatório de Chavantes (SP), foram fundeadas três Plataformas de Coleta de Dados, para estudo dos fenômenos físicos e biológicos do reservatório. Os equipamentos desenvolvidos pelos pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) José Luiz Stech e João Lorenzetti já foram utilizados em uma gama de projetos de pesquisas em sistemas aquáticos continentais.
A parceria entre a Embrapa e o INPE no uso destas ferramentas para o monitoramento ambiental da aquicultura se iniciou ainda em 2012, com o Projeto Furnas, onde esses equipamentos foram utilizados em áreas de produção no município de Guapé (MG).
Por mais de dois anos os equipamentos monitoraram as variáveis limnológicas e meteorológicas de modo a permitir resultados de pesquisa que subsidiaram e melhoraram a compreensão de métodos para o monitoramento ambiental e gestão da piscicultura em tanques rede. Os mesmos equipamentos foram agora fundeados em Chavantes e permanecerão por dois anos monitorando duas áreas de produção, sendo duas Plataformas no município de Fartura e uma em Ipaussu. A ação de fundeio foi coordenado pelo pesquisador José Luiz Setch, com a participação dos bolsistas Marcus Girotto e Danilo Garofalo e dos técnicos Geraldo Mendes, Romiro Ribeiro e William Cesar.
Monitoramento físico-químico programado
As Plataformas instaladas já se encontram em perfeito funcionamento e estão programadas para registrarem a cada 10 minutos as variáveis de temperatura da água, pH, oxigênio dissolvido, clorofila-a, condutividade elétrica e turbidez. Constantemente uma equipe composta por integrantes da Embrapa, do Instituto e Pesca e da Unesp estarão em campo para realizarem a coleta dos dados armazenados e conferirem a calibração dos equipamentos. São parceiros nesta iniciativa os pesquisadores do Instituto de Pesca, Daercy Rezede Ayroza e Gianmarco Davi, além do professor Guilherme Wolf Bueno da Universidade Estadual Paulista, no auxílio do acompanhamento zootécnico das áreas de produção e na análise e interpretação dos dados.
Também são parceiros importantes os produtores das duas áreas monitoradas, uma vez que o acompanhamento do volume de produção e da gestão da produção são informações relevantes para compreensão das variações dos parâmetros monitorados e para determinar se há, e em que grau de significância, influência dos sistemas de produção no ambiente.
Novos métodos de transmissão
Para melhorar os processos de monitoramento, já está em desenvolvimento um novo processo de transmissão dos dados coletados que permitirá otimizar o funcionamento das plataformas de coleta de dados. O desenvolvimento está sendo realizado em conjunto com o pesquisador Osmar Ogashawara, da Universidade Federal de São Carlos - UFSCar, que visa estabelecer um novo sistema de transmissão dos dados adquiridos pelas sondas limnológicas e por sensores meteorológicos para bases na terra. Outro produto já desenvolvido pelo pesquisador e que já se encontra em fase de teste para uso é uma cadeia de termômetros que permitirá a aquisição e transmissão de dados de temperatura da água ao longo da coluna d’água para acompanhamento em tempo real, permitindo verificar variações da temperatura na área de produção.
Ações no campo de atuação do Projeto BRS Aqua
As atividades acontecem no âmbito do projeto BRS Aqua e são decorrentes do Projeto Componente de Gestão e Monitoramento Ambiental da Aquicultura, na atividade Monitoramento e gestão para o zoneamento de áreas aquícolas, coordenada pela pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente, Fernanda Sampaio. Conforme ela, o trabalho de pesquisa é mais uma ação na tentativa de compreender as melhores formas e monitorar a piscicultura em tanques rede, melhorando a gestão dos sistemas produtivos permitindo maior eficiência e resiliência.
Fonte: Embrapa, Maio/2019 (https://www.embrapa.br)
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