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Risco de Extinção

Vítimas da pesca predatória, poluição, usinas hidrelétricas e da destruição das matas ciliares, espécies
de peixes típicas da região aos poucos desaparecem dos rios do noroeste do Estado de São Paulo

Por: Rone Carvalho




















Pelos menos seis espécies
de peixes estão
ameaçadas de extinção
nos rios da região
de Rio Preto. É o que
aponta um levantamento
feito pelo Diário
junto a pesquisadores
que estudam a fauna
aquática do noroeste do Estado
de São Paulo. Vítimas da pesca
predatória, poluição, usinas
hidrelétricas e até da destruição
de matas ciliares, espécies
como dourado, tabarana,
pintado, jaú, lambari do rabo
amarelo e piracanjuba desapareceram
dos rios regionais nos
últimos anos.
Herdando do pai a paixão
pela pesca, Humberto Carlos
Diogo, de 43 anos, tem acompanhando
de perto o sumiço
das espécies no rio Grande.
“Digo que nasci na beira do
rio. O último jaú que vi foi o
meu finado pai que pescou.
Outro peixe que não encontramos
mais como antes é o dourado.
É uma raridade”, disse.
Segundo o professor do laboratório
de ictiologia da Unesp de
Rio Preto, Francisco Langeani
Neto, vários são os fatores que
explicam o desaparecimento das
espécies dos rios da região. 










“Um
deles é a alteração dos ambientes
naturais dessas espécies. Nos
últimos anos, temos alterado
sistematicamente os nossos ambientes
aquáticos. E isso impacta
diretamente na reprodução
dos peixes.”
A destruição das matas ciliares
– vegetação às margens
dos rios - também impacta na
vida aquática. Isso porque algumas
espécies ameaçadas de
extinção, como o jaú, se alimentam
de matéria orgânica,
contribuindo para a limpeza da
água de seu habitat. Além disso,
sem a sombra das árvores propiciadas
pelas matas ciliares,
aumenta a incidência dos raios
solares na água, o que acelera
a fotossíntese e causa o crescimento
desordenado de algas
que retiram o oxigênio dos peixes,
o que também interfere na
vida aquática. “Está difícil até
pra gente que é pescador. Com a
falta de chuvas, isso só piorou”,
afirmou Humberto.

Em outra frente, a pesca
predatória – com rede fora das
medidas legais - também contribui
para o desaparecimento
progressivo de algumas espécies
de peixes. “Nos casos de
irregularidades envolvendo
pescadores profissionais, localizamos
muitos utilizando malha e comprimento da rede
que não é permitido”, disse o
major da Polícia Ambiental de
Rio Preto, Alessandro Daleck.

Na região, o local campeão de irregularidades é o rio Grande, principalmente, no trecho entre Icém e Paulo de Faria. “Como é um rio aberto e mais turístico para a pesca encontramos muitas irregularidades.”
Dados da Polícia Ambiental apontam que de janeiro de 2020 a abril de 2021, foram apreendidos 13,2 toneladas de peixes na região. No respectivo período, foram aplicados R$ 1,5 milhão em multas por pesca ilegal, sendo R$ 396 mil apenas nos quatro primeiros meses deste ano. “Ao contrário do que muita gente imagina, durante a pandemia, constatamos várias irregularidades. Em março, por exemplo, o primeiro mês pós-piracema continuamos a fiscalização, porque muitos pescadores vão sedentos para pescar e alguns acabam por abusar e cometem irregularidades, como pescar em local proibido”, afirmou Daleck.

Fonte: Diário da Região, 14 maio 2021 (DOCUMENTO EM PDF)


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