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Trutas podem gerar descendentes mais adaptados às mudanças climáticas

Uma pesquisa desenvolvida pelo Instituto de Pesca (IP-APTA), órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, demonstrou que trutas mantidas em temperaturas ligeiramente superiores às habituais durante a fase de desenvolvimento sexual foram capazes de transmitir tolerância térmica à próxima geração de peixes. A mudança, no entanto, causou prejuízos reprodutivos aos machos, levando a uma diminuição no número total de descendentes viáveis. Pela relevância e ineditismo, o estudo rendeu publicação na revista científica Scientific Reports, ligada à prestigiada Nature.

“Esse trabalho procurou emular os efeitos do aquecimento global em trutas arco-íris, sob condições climáticas do Brasil”, explica a pesquisadora do IP Neuza Takahashi. Conforme revela, isso foi feito mantendo os peixes por 3 meses em um habitat 4ºC mais quente que o habitual, enquanto ainda eram juvenis – fase central na formação dos órgãos sexuais dos indivíduos. Após esse período, os peixes voltaram às condições normais de temperatura por mais 15 meses, até completarem sua maturação sexual. “Como a reprodução é uma das etapas essenciais para a perpetuação das espécies, testamos o efeito da elevação de temperatura sobre os parâmetros reprodutivos”, detalha Neuza.

Os resultados encontrados chamaram a atenção – e preocuparam os cientistas. “Esse estudo demonstrou, de forma inédita, que o estresse térmico em juvenis machos de truta arco-íris causa efeitos deletérios nas células germinativas que persistem até a fase adulta”, relata Arno Butzge, pesquisador que conduziu os experimentos no IP durante seu doutorado pela Unesp-Botucatu, sob orientação de Claudio de Oliveira e Ricardo Hattori e apoio da Fapesp.

Em outras palavras, a manutenção das trutas em águas mais quentes que o habitual, mesmo que por poucos meses, foi suficiente para tornar os machos adultos funcionalmente estéreis (não atingiram a maturação sexual), ou permanentemente menos férteis (redução significativa na quantidade de sêmen produzida). “Além de afetar o desenvolvimento testicular, a fecundidade, a motilidade e morfologia espermática, o desenvolvimento embrionário da progênie (os descendentes) também foi comprometido”, elucida Butzge. No caso das fêmeas, não houve mudanças significativas.


Fonte:  Istoé

03 Dezembro 2021

https://istoe.com.br/trutas-podem-gerar-descendentes-mais-adaptados-as-mudancas-climaticas/


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