Texto: Assessoria de Comunicação do CRMV-SP
A partir da tecnologia de processamento de pescado, a Zootecnia está mais próxima de colaborar para que o item esteja presente, de maneira efetiva, no cardápio da alimentação oferecida aos alunos de redes públicas de Ensino das cidades brasileiras. Além de aumentar o leque de opções para o preparo do peixe, o recurso permite o aproveitamento de até 60% da carne, contra os 30% alcançados quando o alimento é obtido na forma de filé.
É o que o apontam estudos realizados no Instituto de Pesca, vinculado à Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (SAA). Com o uso de equipamentos, chamados de despolpadores, adaptados para pescado, zootecnistas obtiveram a Carne Mecanicamente Separada (CMS) do espinhaço, que resulta em um produto com textura similar à de carne bovina moída.
“Estamos falando de uma proteína mais saudável, em um formato que permite segurança às crianças, pois não há espinhos, e com maior viabilidade econômica para a inserção na alimentação escolar. Esses são fatores de peso para que os municípios adotem a CMS de pescado”, argumenta a zootecnista Thaís Moron Machado, que integra a equipe de pesquisadores do projeto e palestrará sobre o assunto durante o 2º Encontro de Zootecnistas do Estado de São Paulo, promovido pelo CRMV-SP no próximo dia 14.
Uma negociação já está em andamento para que a cidade de Itanhaém, no litoral de São Paulo, inclua a CMS de pescado na alimentação das escolas municipais. Para isso, há o pleito de verba federal, com a qual será possível custear a compra do pescado (de pesca artesanal), o processamento e a capacitação de cozinheiras e pescadores sobre boas práticas de higiene e armazenamento.
O Instituto de Pesca conquistou a certificação do Serviço de Inspeção do Estado de São Paulo (Sisp) para o processamento de CMS de quatro espécies: tilápia, pescada, salmão e corvina. Com isso, além do projeto voltado à alimentação escolar, será possível realizar testes também com foco no mercado.
Thaís conta que, nas análises sensoriais realizadas com alunos, houve aprovação de 85%. “Também já foi feito um trabalho com cozinheiras de escolas sobre as diversas receitas possíveis, como molho à bolonhesa, escondidinho e kibe. A aceitação foi muito boa”, diz a pesquisadora, que ainda destaca a conquista do Prêmio Josué de Castro de Combate à Fome e à Desnutrição, em duas edições.
Fonte: Segs, Maio/2019 (https://www.segs.com.br)
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