Hoje, 11 de fevereiro, é celebrado o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, data criada pela Organização das Nações Unidas, em 2016, para honrar todas as mulheres e meninas cientistas, tão importantes para o desenvolvimento mundial.
A agência constatou nos últimos anos que as mulheres representam apenas 28% dos profissionais de ciências no mundo, e, por isso, também busca com a data encorajar meninas que desejam seguir na área científica e contribuir para o progresso de seus países.
É comum que muitas pessoas conheçam nomes como Albert Einstein, Stephen Hawking e Louis Pasteur, por exemplo. Mas porque ao se referir à ciência, comumente os nomes masculinos são os mais lembrados? Ainda que no século XX tenham ocorrido a diminuição do analfabetismo e o acesso ao ensino superior entre as mulheres, as questões de gênero ainda existem na ciência e não é recente a luta delas pela aceitação, inclusão e valorização.
Por isso é tão importante (re)lembrar no dia de hoje nomes como Madame Durocher, Hipátia de Alexandria, Johanna Döbereiner, Gertrude Elion, Marilda Sotomayor, Katherine Johnson, Bertha Lutz, Viviane dos Santos Barbosa, Elizabeth Blackwell, Maria Brasília Leme Lopes, Jane Goodall, Ester Cerdeira Sabino, Alba Aparecida de Campos Lavras e centenas de outras mulheres que dedicaram (e dedicam) suas vidas à ciência, buscando sempre pela equidade.
Cientistas do IP
O Instituto de Pesca (IP-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, possui 4 Centros, 2 Unidades, 2 Núcleos e diversos outros espaços de pesquisa, onde trabalham com ciência – de forma direta ou indireta – cerca de cem mulheres, contribuindo para o desenvolvimento científico das áreas de Pesca, Aquicultura, Recursos Hídricos e Meio Ambiente em geral.
Para representar cada uma dessas competentes profissionais, o Núcleo de Comunicação Científica do IP conversou com a pesquisadora científica, especialista em Nutrição e Biotecnologia de peixes e, Neuza Sumico Takahashi, também Diretora do Núcleo Regional de Pesquisa em Salmonicultura Dr. Ascânio de Faria, localizada em Campos do Jordão. Confira a seguir o que ela revela sobre sua trajetória.
NCC: Neuza, quando você despertou o interesse pela carreira científica?
Neuza: Meu interesse na área de ciências surgiu ainda durante o ensino fundamental. Estudava num colégio religioso e tive uma professora incrível, a Irmã Electra, simplesmente maravilhosa, que me cativou com as aulas de ciências. Até então meu interesse tinha sido em geografia, pois desejava viajar muito e conhecer o mundo! Engraçado como as coisas acontecem ao acaso.
NCC: Você enfrentou dificuldades para alcançar o reconhecimento que tem hoje como pesquisadora?
Neuza: Sou pesquisadora, mas não sou uma cientista na concepção exata da palavra. Sou mãe e esposa e acho que tenho feito um bom trabalho como tal, mas não tenho certeza se minha filha e marido concordam comigo! A pesquisa é parte da minha vida sim, e as oportunidades surgiram de rompante quando estava com muitas dúvidas em relação ao futuro. Coincidências muito boas que vão traçando um caminho. Estava fazendo mestrado em zoologia e viajando no navio oceanográfico, quando recebi o aviso que tinha sido aprovada para uma bolsa do Ministério da Ciência e Tecnologia do governo japonês. Aceitei a bolsa e tranquei o curso no Brasil. Foi uma das experiências mais gratificantes da minha vida e foi decisivo para me tornar o que sou hoje. Foram mais de 6 anos entre idas e vindas que me deu uma formação sólida, ampliou horizontes e direcionou escolhas. As amizades feitas durante o período no exterior foram um bônus extra e representam contatos acadêmicos e parcerias internacionais importantes no desenvolvimento das pesquisas conduzidas atualmente no Instituto de Pesca. Fui muito afortunada e privilegiada em minhas escolhas.
NCC: O que você diria às mulheres e meninas que desejam ingressar na área científica?
Neuza: Buscar uma boa formação, aceitar novos desafios, abraçar as oportunidades que surgirem, sobretudo as chances de um intercâmbio no exterior. Não desistir, pois logo à frente pode estar a chance para mudar sua vida.
É com a esperança de que muitas mulheres e meninas alcancem seus objetivos, na vida e na ciência, que o Instituto de Pesca as parabeniza e as deseja sucesso.
Fonte das imagens: cessão de uso do acervo visual do Instituto de Pesca
Informações
Assessoria de Comunicação
Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo
(11) 5067-0069
imprensa@agricultura.sp.gov.br
Instituto de Pesca
(11) 3871-7513 / 7512 / 7511
cecomip@sp.gov.br