Pesquisadores do Instituto de Pesca, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, realizaram, em parceria com o professor da Universidade de Guarulhos, João Alexandre Saviolo Osti, um trabalho de análise e recuperação dos lagos do Parque da Água Branca, localizado na zona oeste da capital paulista. Em 2017, os pesquisadores que atuam no Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Recursos Hídricos, do Instituto de Pesca/APTA, observaram uma coloração verde em toda a sua superfície. Diante disso, a equipe realizou visitas técnicas e coletou água do local para análises de pH; condutividade elétrica; temperatura; oxigênio dissolvido; determinação de nutrientes e clorofila. Os resultados evidenciaram altas concentrações de fósforo nos lagos, indicando ambiente favorável ao crescimento excessivo de algas, com aspecto de coloração verde, densa e uniforme.
O pesquisador científico Clóvis Ferreira do Carmo explica que “a construção dos lagos em cascata, em conjunto com o sistema de aeração (chafariz), mantém um mecanismo de retroalimentação (retorno). A associação desse conjunto com a baixa renovação de água causa progressivo aumento no aporte de nutrientes, com isso as algas vão se tornando cada vez mais densas”.
Nessas condições, geralmente, há o predomínio de uma única espécie de alga e a sua distribuição é bem homogênea por todo o lago. Consequentemente, a água adquire uma coloração verde intensa e uniforme. O excessivo desenvolvimento dessas algas deixa uma aparência de grumos (flocos) na superfície da água, dando aspecto de uma “nata”.
Vista parcial do lago destacando o aspecto da “nata” de algas na superfície
Este resultado pode ser explicado mais pela baixa renovação do volume de água dos lagos do que qualquer outro fator mencionado. Baseando-se nas análises de água, pode-se dizer que a condição de bem-estar dos peixes está boa. Entretanto, a percepção visual do público está comprometida (beleza cênica), como expõe a pesquisadora Cacilda Thais Janson Mercante.
Para minimizar este cenário, os pesquisadores propuseram a utilização de plantas aquáticas, técnica utilizada para a redução de nutrientes. As escolhidas para o experimento foram as da espécie Eichhornia crassipes, conhecidas comumente por jacinto-de-água ou aguapé. As plantas foram confinadas em uma estrutura denominada Ilha Flutuante Artificial (IFA), inserida dentro do lago para evitar a sua propagação por todo o lago, o que poderia causar outros problemas.
Vista do lago após implantação das Ilhas Flutuantes Artificiais
O resultado positivo da pesquisa não só garantiu a recuperação do lago, como também sua beleza, a qual pode ser observada por todos os visitantes do parque.
Vista do lago após o trabalho realizado
Texto: Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Recursos Hídricos
Fotos: Cacilda Thais Janson Mercante
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