O Museu de Pesca reabrirá as portas ao público a partir de 19 de maio de 2016. Localizado em Santos e mantido pelo Instituto de Pesca, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (SAA), o espaço esteve fechado por dois meses para adequações em sua estrutura e agora será reaberto com uma programação especial durante a 14ª Semana Nacional de Museus, promovida pelo Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM).
A programação de reabertura do Museu de Pesca conta com a exposição “Pescadores do Amanhã”, da artista plástica Christina Amorim, que estará disponível para a visitação até 19 de junho. Por meio de fotos, poesias e ilustrações, Christina retrata o cotidiano de pescadores artesanais de Santos que vivem da pesca de arrastão. “A pesca artesanal em Santos tem resistido ao grande desenvolvimento que a região experimentou nos últimos anos. A exposição busca dar visibilidade para essa comunidade de pescadores que, mesmo enfrentando adversidades, mantém a cultura caiçara viva”, explica a artista plástica.
No sábado, dia 21 de maio, o Museu de Pesca recebe o grupo “Percutindo Mundos”, que fará uma apresentação de dança caiçara a partir das 15 horas. “Estamos em busca de aproveitar esse espaço privilegiado que é o Museu de Pesca para atividades que tenham conexão com a cultura popular da região, que está intimamente ligada à pesca”, relata Thaís Moron Machado, pesquisadora e assessora técnica de diretoria do IP.
Há 74 anos, uma baleia entrava no Museu
O acervo do Museu de Pesca é formado por diversas peças coletadas ao longo dos anos. No espaço, estão expostas peças taxidermizadas de tubarões, leões-marinhos, aves e tartarugas, dentre outras. Há ainda uma coleção de conchas e areias de várias partes do Brasil e do mundo.
Mas, sem dúvida, a peça da coleção que mais chama a atenção é a ossada de uma baleia Fin que encalhou nas areias de Peruíbe na década de 1940. Sua ossada foi então montada por Max Wünsche, diretor do Museu de Campinas à época. Durante 21 dias, os 197 ossos que compõem o conjunto de sete toneladas foram organizados e há 74 anos estão expostos no Museu de Pesca.
Dentre outras atrações, o Museu de Pesca conta ainda com esqueletos de animais aquáticos, quatro representações de ecossistemas marinhos do litoral paulista sob a forma de dioramas, raias e uma lula gigante de 5 metros de comprimento.
Do Forte ao Museu
O Museu de Pesca está instalado em um prédio erguido em 1908 para abrigar a Escola de Aprendizes-Marinheiros, na Ponta da Praia, uma das primeiras ocupações da Ilha de São Vicente, onde a cidade de Santos está localizada. Anos antes, em 1734, o terreno foi usado para fins de defesa, abrigando o antigo Forte Augusto.
Após a desativação da Escola de Aprendizes-Marinheiros, o prédio acolheu outras instituições, até que em 1932 foi criado o Instituto de Pesca Marítima, o embrião do atual Instituto de Pesca (IP), que já possuía um grande acervo da fauna litorânea, como peixes, aves marinhas, moluscos, mamíferos, crustáceos e quelônios. Toda essa coleção foi então acomodada no andar superior do edifício, que extraoficialmente ganhou a denominação de Museu de História Natural. Em 1950, finalmente o Museu de Pesca é criado, após dois anos fechado por causa de um incêndio que consumiu várias peças de seu acervo original.
Em 1998, o edifício foi tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (CONDEPHAAT) do Estado de São Paulo, sendo garantida sua manutenção para as futuras gerações.
Serviço:
Reabertura do Museu de Pesca
Data: 19 de maio de 2016
Horário e dias de funcionamento: De quarta a domingo, das 10 horas às 18 horas
Valor do ingresso: R$5,00 - estudantes e professores/ R$2,50 - crianças até 06 anos
Isento: maiores de 60 anos
Endereço: Avenida Bartolomeu de Gusmão, 192 CEP: 11030-906 Santos - SP
Referências
*Trechos do livro: De Escola de Aprendizes a Museu de Pesca, do autor J. Muniz Jr., Série Cultural III – Santos, 1986.
*Trechos do texto: Museu do Instituto de Pesca: Patrimônio Histórico e Cultural da Comunidade, do pesquisador científico Roberto da Graça Lopes e do jornalista Antônio Carlos Simões (http://www.pesca.sp.gov.br/museu.php)
Por Leonardo Chagas
Revisão Márcia Cipólli
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