O pesquisador do Instituto de Pesca (IP-APTA), Fábio Sussel, tem desenvolvido pesquisas inovadoras na área de lambaris e camarões marinhos longe do mar. Nesta tarde (25/05) ele proferiu palestra sobre lambaricultura na Aquishow, chamada ‘Lambari: pequeno no tamanho, gigante no potencial.
O pesquisador tem trabalhado em estudos de produção comercial do lambari, um peixe de tamanho pequeno, que até então não tinha interesse industrial. “Não importa o tamanho e sim o valor agregado que a espécie pode ter", diz Sussel.
Hoje, o mercado principal desse pescado é o da isca viva para pesca esportiva, que já é um mercado consolidado por meio dos pesqueiros.
“O IP foi o desenvolvedor de tecnologias para reprodução induzida da espécie e de técnicas de cultivo”, diz Sussel, que liderou o projeto.
Hoje, o Estado de São Paulo produz 100 milhões unidades de lambaris por ano. Segundo Sussel, o mercado de isca está consolidado, mas existe um mercado para petisco, que tem um apelo muito forte.
De acordo com Sussel, um dos entraves sempre foi como limpar um peixe tão pequeno. Foi a partir desse desafio que ele desenvolveu uma evisceradora de pequenos peixes para retirar suas vísceras.
O equipamento tem capacidade para limpar até 250 kg de lambaris por dia. Essa máquina foi patenteada pela APTA e Fábio é seu único inventor.
A pesquisa levou dois anos até chegar no equipamento final. Na verdade, ele nasceu na Aquishow de 2017 após conversas no estande do futuro fabricante.
Já foram vendidos desde 2019 mais de 10 equipamentos, cujo preço está na faixa dos R$ 60 mil.
Outra frente de pesquisa de Susel é a de inovação tecnológica para produção de camarão marinho longe do mar. O crustáceo pesquisado é conhecido no mercado como camarão cinza ou camarão branco do pacifico.
A tecnologia envolve salinização artificial da água. Através de estudos, o pesquisador vem investigando a densidade de estocagem em relação à viabilidade econômica.
Ele tem analisado a quantidade de camarão por metro cúbico testando quatro densidades (150, 300, 450 e 600 camarões por metro cúbico).
O pesquisador tenta conciliar os experimentos com a viabilidade econômica. A pesquisa está em desenvolvimento e deve ser concluída no primeiro semestre de 2023.
Por Paulo Sérgio Pires
Fotos: Gilberto Meneses
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