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Secretaria de Agricultura e Abastecimento monitora e apoia cadeia do pescado em tempos de COVID-19

A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio do Instituto de Pesca (IP-APTA), tem buscado informações diárias com as associações, cooperativas e órgãos do setor, a fim de planejar e criar estratégias para minimizar os impactos nas atividades da Pesca artesanal e industrial, assim como nas da Aquicultura, originados pela pandemia da COVID-19.

O Pesquisador Científico e Assessor da Diretoria do Instituto de Pesca, Gianmarco Silva David, afirma que a produção de alimentos está entre as atividades essenciais listadas pelas autoridades competentes e, portanto, não pode parar. “A manutenção do funcionamento das cadeias produtivas do pescado é fundamental para que a população tenha acesso continuado à alimentação de qualidade. Reconhecida a gravidade da pandemia global em curso, as atividades de Pesca e Aquicultura devem ser desenvolvidas com o mínimo de pessoas necessárias para seu pleno funcionamento, poupando as atividades que não são essenciais agora. Não podemos perder de vista o referencial de preservação da vida humana, por isso a produção precisa continuar, porém, sempre observando os protocolos de biossegurança para preservar a saúde dos trabalhadores”.

Atividades no litoral paulista

De acordo com associações da pesca extrativista no litoral paulista e dos agentes de monitoramento do Instituto de Pesca, pescadores de algumas localidades do litoral sul, como Ilha Diana e Monte Cabrão (Santos), Praia Grande e Canto do Forte (São Vicente), Perequê, Astúrias, Vicente de Carvalho e Santa Cruz dos Navegantes (Guarujá), Praia do Costão, Ilha do Guaraú e Praia do Centro (Peruíbe) têm como maior desafio saber quais as determinações oficiais, para que possam continuar suas atividades com legalidade e segurança. Praia Grande, em Santos, por exemplo, teve dois pontos liberados para os pescadores; assim como Peruíbe e Itanhaém também começaram a ter mais atividade nos últimos dias. Em outras regiões, entretanto, trabalhadores ainda encontram dificuldades para manter o fluxo de produtos. Os profissionais que trabalham com a pesca de arrasto estão seguros em casa, já que o período de defeso está em vigor até 31/05/2020. 

Em Ubatuba, cidade do litoral norte paulista, a Secretaria de Pesca e Agricultura além de fornecer orientações de segurança e higiene, estabeleceu diversas medidas para a continuidade do funcionamento dos estabelecimentos que estão abertos, como o Mercado Municipal de Peixe, o qual está atendendo com redução de horário; de número de boxes; de atendentes por box (os com mais de 60 anos não estão presentes); além de ter criado uma faixa de distanciamento de 1 metro entre o pescado exposto e o público,  para que as pessoas não encostem ou falem perto dos alimentos.  O cliente só ultrapassa a faixa quando paga ou pega a mercadoria.

Os consumidores tem plena consciência da importância do isolamento e distanciamento físico, mas, neste momento, ainda buscam por alimentos com qualidade, frescos e de rico valor nutricional como os peixes. Por isso, é preciso que todas as medidas de proteção sejam adotadas.

Abastecimento de pescado

População, trabalhadores e órgãos relacionados ao setor de Pesca e Aquicultura estão preocupados com o abastecimento de pescado, uma vez que o isolamento tem sido necessário e, em algumas localidades, a atividade precisou ser interrompida. Contudo, observa-se que os alojamentos ainda têm muitos produtos, mesmo sendo seus maiores compradores os restaurantes e fastfoods, que estão fechados. Segundo Francisco Medeiros, diretor presidente da Peixe BR, em apenas um dia 2 mil toneladas de peixes foram para frigoríficos e estabelecimentos comerciais, 3 mil toneladas de ração foram fabricadas e 4 milhões de alevinos foram transportados para fazendas de engorda, a fim de se desenvolverem e estarem em breve sendo oferecidos à população.

Segundo o pesquisador científico Giovani Sampaio Gonçalves, especialista em alimentação e nutrição de peixes, que continua suas atividades de pesquisa no Centro Avançado de Pesquisa do Pescado Continental, do Instituto de Pesca, “o mercado está muito aquecido para o consumo de ração para peixes, sobretudo para a tilápia, em função do período de Quaresma. Alguns se mostram preocupados com a produção de ração, por acharem ser o milho e a soja seus principais ingredientes, os quais estão em alta há meses, e, em virtude disso, acreditam que ela possa faltar ou sofrer aumento também; dificultando a engorda dos peixes que ainda estão em água”. Entretanto, Giovani explica que o ingrediente principal da ração para peixes é a farinha de origem animal, ou seja, de carne bovina. 

A preocupação de que este tipo de farinha falte é legítima, uma vez que os abatedouros de bovinos estão diminuindo suas atividades. Aditivos, aminoácidos e vitaminas também estão sendo prejudicados com a alta do dólar e importações paradas. Contudo, “não se pode afirmar que o abastecimento do pescado não se manterá por causa disso, uma vez que existem outros ingredientes como a farinha de vísceras de aves  e a farinha de pena, por exemplo. Além disso, certamente os fabricantes deverão propor mudanças nas formulações para suprir a falta de matéria-prima, caso seja necessário”, diz o especialista. 

O secretário de Agricultura e Abastecimento Gustavo Junqueira afirma que o agro não pode parar e que é fundamental adotar certas medidas para o sustento da produção, com segurança. “Essas são algumas ações que estamos adotando aqui em SP para garantir o funcionamento de toda a cadeia do agronegócio, na qualidade de atividade essencial para a população, para a economia e para a saúde. Temos defendido e tomado medidas para apoiar o setor, mantendo a geração de renda e empregos, e, ao mesmo tempo, zelando pela segurança e saúde de todos que atuam
nessas atividades e dos próprios consumidores”, destacou o secretário.

 

Texto: Gabriela Souza - Centro de Comunicação do Instituto de Pesca

Imagem: CECOM - IP


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